sábado, 31 de março de 2012

APOSTILA DO MINICURSO PARA EDUCADORES DA EBD


APRESENTAÇÃO

          Desde seu nascedouro em 20 de julho de 1780, na Inglaterra, a Escola Bíblica Dominical tem formado milhões de pessoas em todo mundo. Não sabia o jornalista cristão Robert Raikes, que aquele domingo entraria para história. Não imaginava a repercussão universal do gesto brilhante de alcançar as crianças britânicas com o ensino da Bíblia Sagrada. Graças a Deus aquela atitude culminou no que evangélicos, no mundo todo, chamam de Escola Bíblica Dominical (EBD).
           Hoje, a Assembleia de Deus, em todo o País, tem dado grande importância a EBD. Uma grande multidão de professores tem assumido o compromisso de educar crianças, jovens e adultos, à luz da doutrina bíblica e dos bons costumes que identificam a nossa Igreja.
          Considerando que ensinar na EBD não é profissão e sim vocação, e, por assim dizer, não há pré-requisitos acadêmicos, ou seja, exigências de formação pedagógica, a Igreja precisa investir no capital humano, a fim de que os educadores sejam qualificados para o exercício da docência cristã.  É com esta visão que o Ev. Vandesval Rufino de Souza, gestor da Filial em TEJUCUPAPO-PE, junto a sua equipe pedagógica realiza nosso I Minicurso para Educadores da EBD, com o tema: “A Aprendizagem Significativa no Contexto da Escola Bíblica Dominical”.
           É certo dizer que diante dos desafios que nos são tão visíveis, este curso de aperfeiçoamento parece irrelevante, mas, temos consciência de estarmos dando um grande salto a caminho da boa qualidade de vida cristã. Ganhar almas, discipular os novos crentes e consolidá-los no ensino da Palavra são metas prioritárias da Igreja. Alcancemos, então, nossas metas!
          Que Deus continue enriquecendo-nos de sua graça e que cada participante deste Minicurso, sinta-se mais preparado e desejoso por cumprir a missão que lhe foi confiada. Que seja verdade para nós o dizer de Salomão “E, quanto mais sábio foi o pregador, mais sabedoria ao povo ensinou...” (Ec. 12.9). Parafraseamos, portanto: “Quando mais sábio for o professor, mais condição terá de ensinar ao povo com sabedoria”. Amém.
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AULA
A IMPORTÂNCIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NA EBD

“A verdadeira aprendizagem acontece quando temos a certeza que ela será útil. E que nos tornará mais capacitados para atuarmos numa sociedade que exige: prontidão, habilidades e competência.” (Maria Fraga)


INTRODUÇÃO

            Com os grandes avanços educacionais no mundo, todo professor esclarecido concorda que ensinar é muito mais que transmitir conhecimentos, e aprender está muito longe de ser um processo de acumulação de informações. O aluno precisa está predisposto a aprender, mas para isso o professor tem obrigação de tornar cada conteúdo significativo e contextualizado à realidade do seu aprendiz.  Esta é a proposta pedagógica da Teoria da Aprendizagem Significativa. Nesta Aula vamos focar a importância desta teoria no contexto da Escola Bíblia Dominical (EBD).

1. O QUE É APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA 

1.1 Definição: “É o processo em que novas informações (conhecimentos formais) são repassadas e se relacionam às informações que o indivíduo já possui (conhecimentos prévios), sendo que só pode haver a construção ou evolução de novos conhecimentos se o aprendiz possuir uma predisposição para aprender e o conteúdo tenha significado para ele. A Teoria da Aprendizagem significativa foi desenvolvida nos EUA, pelo psicólogo David Paul Ausubel.

1.2 O objetivo: Aproveitar os conhecimentos prévios do aluno e dispor o conteúdo de maneira que tenha significado para ele.

1.3 A relação professor-aluno: não há dois seres distanciados, mas duas fontes de saberes diferentes que se complementam, no fenômeno da aprendizagem.

a) O professor ao invés de “dar” aulas, “constrói” a aula – o aluno é o protagonista deste processo.

b) O professor problematiza ao invés de dar respostas prontas – o aluno pesquisa e usa estratégias na procura das respostas ao invés de receber tudo prontinho.

c) O professor “desperta a sede”, antes de “dá a água” – o aluno deve sentir desejo antes de receber o que se destina a ele.

2. COMO PROMOVER A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NO CONTEXTO DA EBD

2.1 Identifique os conhecimentos prévios do aluno: Não há um único assunto sequer na EBD que o aluno ignore completamente. Saber o que o aluno sabe é tarefa primária para o educador. 

2.2 Contextualize cada assunto à vida prática do aluno: Ninguém se interessa por um assunto sem saber pra que servirá em sua vida, assim sendo, compete ao professor ajustar o que está ensinando à realidade de vida do aprendiz.

2.3 Fomente o desejo pelo saber: Só depois de atraído por um assunto é que o aluno interessa-se por ele. Logo, é preciso tornar o tema significativo e só assim haverá aprendizagem. 

3. OS OBSTÁCULOS À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NA EBD: (APRENDENDO COM JESUS PREDECESSOR DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA)

3.1 A Ignorância: Ignorar a complexidade do aluno (sua pessoa, sua história de vida, sua família, seu contexto social, suas necessidades etc) é o maior vilão da aprendizagem significativa. Jesus possuía uma macrovisão de seus aprendizes, sabia suas fraquezas e seus pontos relevantes. 

3.2 A Mesmice: Ensinar todo dia, do mesmo jeito, usando os mesmo recursos, é como ter que se alimentar três vezes ao dia, durante toda a vida degustando o mesmo cardápio. Não há quem agüente! Jesus tinha uma maneira singular para falar com cada pessoa e usava técnicas diferenciadas a cada aula. 

3.3 A Falta de Criatividade: Criar é ver a dinâmica da aula antes que ela aconteça e estabelecer como deve ser processada. E, ainda assim, se ao chegar à sala, for preciso ele desfaz e refaz o seu planejamento, reinventando tudo de acordo a circunstância. Jesus, como ninguém fazia isso: Colocava criança no colo; apontava os lírios do campo; pedia uma moeda; fazia perguntas retóricas, tudo de acordo a sugestão do momento.

3.4 A Falta de Preparo: Este assunto será comentado na aula 03.

 CONCLUSÃO

          Ausubel apenas estruturou o que Jesus já fazia em sua pedagogia há centenas de anos. O Mestre valorizava os conhecimentos prévios de seus aprendizes e conduzia os seus ensinos de maneira significativa aos que o ouviam. Logo, compete a cada um de nós, professores na pós-modernidade, fomentar em nossos alunos um desejo pela palavra de Deus, projetando-os para a vida como bom cidadão da Terra e verdadeiro cidadão do Céu. Amém.


PERGUNTAS AVALIATIVAS

1. Como pode ser explicada a Teoria da Aprendizagem Significativa de Ausubel?
2. Explique a relação dos conhecimentos formais e dos conhecimentos prévios, segundo Ausubel.
3. O que significa dizer que o aluno precisa ter uma predisposição para aprender?
4. Como podemos aplicar a Teoria da Aprendizagem Significativa à EBD?
5. Acerca dos obstáculos à Aprendizagem Significativa o que você aprendeu para melhorar sua prática pedadagógica.
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AULA 2
O PREPERO ESPIRITUAL, TÉCNICO E PEDAGÓGICO DO PROFESSOR PARA A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NA EBD.

“Educação é aquilo que fica depois que você esquece o que a escola ensinou.”
 (Albert Einstein)

INTRODUÇÃO

          Entende-se por Preparo o conjunto de competências e habilidades ou ainda, a disposição preliminar que se tem para efetuação de uma missão ou tarefa. Ele é o caminho mais eficiente para a excelência. Ensinar exige, além de vocação, uma dedicação sacerdotal. E a dedicação perpassa pelos trilhos do preparo. Nesta lição reportaremos a três tipos de preparo, do professor, que são necessários para a promoção da Aprendizagem Significativa, a saber: O preparo espiritual, o preparo técnico e o preparo pedagógico. 

1. A INDISPENSABILIDADE DO PREPARO ESPIRITUAL

1.1 Conceituando: Preparo Espiritual pode se traduzir pelo conjunto de valores e práticas espirituais que qualificam o professor para sua prática docente. 

1.2 A importância: Sem o preparo Espiritual a aula pode se reduzir a uma ação mecanicista, sem resultados satisfatórios. O professor sem o preparo espiritual pode encantar, mas não inspira; pode ensinar, mas não educa; pode intelectualizar, mas não move o seu aprendiz para a vida.

1.3 Como ocorre o Preparo Espiritual: Alguns dos itens do preparo espiritual são:

a) A Oração: Que bom professor não precisa orar? Orar por si mesmo, por seus alunos, pelo bom andamento da EBD e por todos que são responsáveis por ela é obrigação do professor.

b) Afinidade Bíblica: Não bastam apenas conhecimentos conteudinais, mas também compromissos atitudinais diante daquilo que vai ensinar. Ensinar sobre Comunhão, por exemplo, e não se sentir atraído por ela, é incoerência espiritual. E o aluno percebe isso.

c) Experiências Espirituais: O professor precisa ter certa intimidade com Deus, conhecê-lo bem e demonstrar confiança nele. A Aprendizagem só terá sentido quando o aluno percebe que seu professor tem experiência no que respeita  ao que esta sendo ensinando.

2. A NECESSIDADE DO PREPARO TÉCNICO 

2.1 Conceituando: Entende-se por Preparo Técnico o “Ato de saber fazer o que se faz”. Qualquer instrumento na mão de um leigo pode causar grandes estragos, assim a tarefa de ensinar sob a responsabilidade de alguém sem preparo pode ser prejudicial. Conhecer as ferramentas, as técnicas de ensino, os tipos de aprendizes, as especificidades dos alunos é hoje, uma necessidade para todo o professor.

2.2 A importância: Quando se conhece as ferramentas pedagógicas e a dinâmica de ensino pode-se desenvolver com mais eficiência a tarefa de ensinar bem. O professor, hoje, pode ter conhecimentos básicos de pedagogia e de psicologia da aprendizagem sem que seja pedagogo ou psicólogo, pois há no mercado bons livros que podem lhe garantir um bom preparo técnico. Este Minicurso, que ora acontece, faz parte do preparo técnico. 

2.3 O professor pode se preparar tecnicamente:

a) Fazendo cursos acadêmicos, quando possível.
b) Lendo bons livros sobre a Prática de Ensino
c) Fazendo pesquisas em fontes seguras na Internet
d) Participando de Cursos de Aperfeiçoamento para o Ensino
e) Etc.

3. A IMPORTÂNCIA DO PREPARO PEDAGÓGICO

3.1 Conceituando: o Preparo Pedagógico é todo o empenho didático do professor para conseguir sucesso na sua atividade pedagógica. 

3.2 A importância: Quando o professor se prepara didaticamente, as chances de fracassar são mínimas. Por isso é preciso um plano de aula, ajustado à sua realidade, mesmo que seja simples, mas que norteie a sua aula.

3.3 Sugestões para o Preparo Pedagógico:

a) Leia o Conteúdo a ser ensinado: Realize a leitura ininterrupta pelo menos uma vez; Depois faça a leitura clínica, levantando os pontos críticos; as ideias não bem definidas; as palavras incompreendidas e outras relevâncias.

b) Use Dicionários, Enciclopédias, Comentários Bíblicos Etc: Sãos estas fontes que vãos esclarecer o que foi levantado na leitura clínica.  

c) Delimite os objetivos: Além dos Objetivos dispostos a cada da lição defina no seu plano de Aula (escrito ou não) o que você que alcançar de seus alunos. 

d) Selecione Técnicas e Recursos Didáticos Apropriados para cada Aula: Lembre-se a aprendizagem tem que ser significativa. Você pode usar a cada aula recursos diferentes (estudaremos sobre este assunto na aula 4) 

e) Determine como você pretende começar a aula: A forma como você marcar o seu aluno facilitando a compreensão e tornando o conteúdo significativo. No seu plano de Aula coloque um o item: Estratégia Pedagógica Inicial.

f) Organize as Atividades Avaliativas: Determine em seu plano de aula como você vai avaliar se seu aluno aprendeu ou não e Deixe de 10 a 15 minutos finais para realizar estas atividades. Faça uma síntese do que foi ensinado.

g) Incentive e oriente-os: Ao findar a aula incentive seus alunos a estudarem a próxima lição e diga-os como o que foi ensinado pode ser útil pra sua vida diária. 

CONCLUSÃO

          Preparar-se é munir-se de elementos que garantirão segurança e tranquilidade ao professor. Se algo der errado ele terá habilidade para contornar a situação, pois o preparo espiritual, técnico e pedagógico consideram até os imprevistos. 


PERGUNTAS AVALIATIVAS

1. Defina com suas palavras o que é Preparo.
2. Por que o preparo espiritual é indispensável?
3. Comente a expressão: “Não bastam apenas conhecimentos conteudinais, mas também compromissos atitudinais”.
4. Em sua opinião, qual a importância do preparo técnico para o professor?
5. Analisando o que foi dito sobre preparo pedagógico, o que pode facilitar a construção de sua aula de agora por diante?
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AULA 3
COMO ALCANÇAR OS DIVERSOS TIPOS DE ALUNOS NA PROPOSTA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

“Educar é semear com sabedoria e colher com paciência
(Augusto Cury)

INTRODUÇÃO 


Na aprendizagem Significativa o aluno é o centro do processo educacional, neste caso, todo foco pedagógico é centrípeto, ou seja centraliza-se nele. O professor deve ter em mente que sua classe é heterogênea, e por assim dizer, ele tem a responsabilidade de atender a todos os alunos, vislumbrando o foco de interesse individualmente. Isso só pode ser possível com a diversidade de técnicas e recursos pedagógicos, a fim de tornar cada assunto significativo a todos. Sugerimos nesta aula técnicas e recursos para os diferentes tipos de alunos.
1. OS ALUNOS DE PREDOMINÂNCIA PEDAGÓGICA VISUAL

1.1 Quem são os alunos com predominância pedagógica visual: São aqueles cuja estrutura cognitiva, ou seja, percepção, inteligência, concentração etc, processam as informações com mais precisão diante aquilo que veem. 

1.2 Desafio pedagógico: O professor precisa reforçar ou facilitar a sua exposição com recursos visuais ou audiovisuais. Se durante a aula o aluno não tiver nada para ver, terá dificuldade em assimilar e conservar o conteúdo e a aprendizagem ficará comprometido.

1.3 Sugestão de Recursos Visuais e Audiovisuais:

a) Gravuras, desenhos e fotos (Todas as idades)
b) Cartaz, mural didático e banner (todas as idades)
c) Álbum seriado e quadro de pregas (Crianças e Adolescentes)
d) Teatro de sombra e cineminha (para crianças)
e) Gráficos, Infográficos, quadros analíticos e/ou Antitéticos (jovens e adultos)
f) Charges (Preferencialmente jovens e adultos)
g) Vídeos, transparências e slides (todas as idades)
h) Fantoches (preferencialmente para crianças e adolescentes)
i) Quadro branco (para todas as idades)
j) Gestos e expressões (às vezes atividades motrizes ajudam o aluno a entender determinado conteúdo) 

2. OS ALUNOS DE PREDOMINÂNCIA PEDAGÓGICA AUDITIVA

2.1 Quem são os alunos com predominância pedagógica Auditiva: Ao contrário do primeiro exemplo, estes conseguem processar as informações e construir o conhecimento com mais propriedade diante daquilo que escutam. Eles precisam ouvir bem e bem explicado, para que possam assimilar e reter as informações.

2.2 Desafio pedagógico: O professor precisa, além de ter conhecimento do assunto, encontrar a maneira mais apropriada para repassar o conteúdo. Deve usar linguagem simples, explicações concisas e exemplos claros. As experiências e as ilustrações são fundamentais para esclarecer temas difíceis a este tipo de aluno. 

2.3 Sugestão de Recursos e Técnicas Verbais 
a) Historinhas, simples ou contadas com fantoches e dedoches (para crianças)
b) Preleção multilateral: professor-aluno; aluno-professor; aluno-aluno (para todas as idades)
c) Ilustrações (histórias, estórias, lendas, citações, etc) (todas as idades)
d) Discussão Coletiva (Preferencialmente para adolescentes, jovens e adultos)
e) Perguntas e Respostas (Para todas as Idades)
f) Algumas técnicas e recursos usados em 4.3 podem ser usados para os alunos auditíveis. 

3. OS ALUNOS DE PREDOMINÂNCIA PEDAGÓGICA TÁTIL 

3.1 Quem são os alunos com predominância pedagógica tátil: sabe aquele ditado que “o brasileiro só ver pegando”. Isso é verdade pra alguns tipos de alunos. Eles precisam tocar, manipular, sentir etc. A parte de sua estrutura cerebral responsável pela aprendizagem exige que ele tenha contato direto com o objeto de estudo. 

3.2 Desafio pedagógico: Para os alunos sinestésicos (os que aprendem tocando) uma aula de quadro e giz ou de blá-blá-blá é uma tormenta. Por isso alguns deixam de freqüentar a escola. O professor deve levar algo concreto para a sala de aula. Se for falar de Sal da Terra e Luz do Mundo, o que custa levar uma lâmpada e um recipiente com sal para abrilhantar a aula?

3.3 Sugestão de Recursos e Técnicas Sinestésicas 
a) Maquete, Simulacro {qualquer objeto que sirva para uma simulação} e Reálias {objetos antigos} (para todas as idades)
b) Tapete e Avental pedagógicos (para crianças)
c) Cartaz e mural instantâneo (construído na sala com os alunos)

4. OS ALUNOS DE PREDOMINÂNCIA PEDAGÓGICA PRÁTICA

4.1 Quem são os alunos com predominância pedagógica prática: Certamente você já ouviu alguém dizer: “eu sou aprendo fazendo” Este é o tipo de aluno que escuta, ouve e toca, mas é preciso praticar para que a aprendizagem seja completa. 

4.2 Desafio pedagógico: Imagine o professor que só faz encher a cabeça do aluno de informações. Que não dá oportunidade para seus aprendizes pensarem, falarem, discordarem... Pois é. O grande desafio pedagógico para atender os alunos práticos é ter algo a oferecer-lhes para que eles demonstrem de forma prática o que aprendeu.

4.3 Sugestão de Recursos e Técnicas Práticas

a) Seminários (para jovens e adultos)
b) GV-GO (Para jovens e adultos)
c) Dramatização (Para crianças e adolescentes)
d) Caracterização (para todas as idades)
e) Júri-Simulado (Para jovens e adultos)
f) Tempestade Cerebral (Preferencialmente para jovens e adultos)
g) Músicas reflexivas e conteudinais {que exploram conteúdos} (para todas as idades) 
h) Técnica do Cochicho (Para adolescentes, jovens e adultos)
i) Dinâmicas de Grupo (para adolescentes, Jovens e Adultos)
j) Atividades Interativas Diversas (para todas as idades)

Nota: “Não existem técnicas e recursos ultrapassados existem professores inadaptáveis” (Sérgio Geremias) 

CONCLUSÃO

         Ter consciência que em nossa classe existem diversos tipos de alunos e que cada um pode ser alcançado de uma maneira singular, nos ajuda a escolher os melhores Recursos e as mais eficientes Técnicas Pedagógicas. A chance de sermos bem sucedidos no que diz respeito a Aprendizagem Significativa, com certeza será bem maior. 

PERGUNTAS AVALIATIVAS

1. Quem é o centro do processo educacional? Justifique.
2. Dos quatros tipos de alunos apresentados, qual lhe chamou mais atenção? Por quê?
3. O que você tem feito para atender os alunos de predominância pedagógica visual? Você já havia pensado neles?
4. Comente sobre os alunos de predominância pedagógica tátil.
5. Dos recursos e técnicas sugeridos para os alunos práticos, quais você achou mais significativos, quais você já utilizou e quais, você aprendeu agora?
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AULA 4
A AFETIVIDADE NA PERSPECTIVA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

 “Não se pode educar sem amor” (Paulo Freire)

INTRODUÇÃO 

         Apesar da fundamentação teórica da Aprendizagem Significativa e da Pedagogia da Afetividade ser diferente, uma não nega a outra. Ousamos dizer que fica bem mais fácil tornar significativo o que ensinamos se o fizermos com amor. Ou seja, um aluno tem mais facilidade de se predispor a aprender se o enxergarmos primeiro como ser humano, e só depois como aluno, mesmo que no contexto da pedagogia afetiva não se pode desassociar um do outro. Vamos, portanto analisar nesta aula a importância da afetividade para a promoção da Aprendizagem Significativa. 

1. O QUE É PEDAGOGIA AFETIVA
1. Definição: Pode-se dizer que Pedagogia Afetiva é a prática educativa onde a processo ensino-aprendizagem desenvolve-se em total ligação ao instinto afetivo do educador. Todas as dimensões da aprendizagem na Pedagogia do afeto associam-se a ética, ao amor, à dignidade e a valorização humana.

2. O Grande Expoente da Afetividade: Paulo Freire é, sem dúvida, o maior representante da Pedagogia da Afetividade. Ele defendia a convivência amorosa com o educando, aliás, para ele ninguém consegue educar sem amor. Jesus, o Mestre do Amor, usava o princípio da adaptabilidade nas suas relações pedagógicas.

2. CONHECENDO O ALUNO E SUA COMPLEXIDADE BIOPSICOSSOCIAL

2.1 Quem é meu aluno?  Na Pedagogia do Afeto o educador precisa-se saber quem é o seu aluno. Mas é um saber holístico, macrodimensionado, ou seja, conhecimento integral: sua pessoa e seus antecedentes familiares, sociais, religiosos, psicológicos etc. Posso está falando um absurdo para quem tem centenas de alunos, mas a priori não se ama a quem não se conhece.

2.1 Como é meu aluno?  É dever de o professor afetivo fazer um diagnóstico básico de seu aprendiz: sua personalidade e seu temperamento; suas aspirações e desejos; suas virtudes e defeitos; seu potencial pedagógico; suas motivações; seus problemas e suas dificuldades; suas fantasias e “paranoias”; seus distúrbios e doenças; Suas crenças e seus valores culturais; sua interação social, etc. Se não conhecermos, minimamente, estes elementos, dificilmente a aprendizagem significativa pode ser efetivada.  

3. ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA A AFETIVIDADE NA ESCOLA DOMINICAL 

         Para que a Aprendizagem Significativa possa ocorrer com o suporte da Afetividade o educador precisa considerar os itens que se seguem:
3.1 Aceitação: Um dos maiores gestos afetivos no campo do ensino é a aceitação. Sem ela o vínculo professor-aluno não se firma.
3.2 Respeito: Respeitar neste contexto, diz respeito ao ato considerar a autonomia, o jeito único de ser e de pensar do individuo e sobretudo, as diferenças gerais do outro.
3.3 Valorização: O professor afetivo não deixar passar por despercebido o ato de atribuir valor aos feitos e estimular a superação dos defeitos. Isso é valorização.
3.4 Compreensão: Enxergar e compartilhar os sentimentos de medo e de insegurança; Entender os antecedentes antes dos atos e os atos antes das consequências é um ato afetivo importante.
3.5 Relacionamento: Entende-se por relacionamento o ato de conviver sem conflito com o diferente numa sintonia de troca. O professor precisa ter percepção que o aluno tem algo a oferecer, mesmo aquele que pode despontar como rude e desinteressado. Uma relação de troca pode abrir caminhos à aprendizagem. 
3.6 Dialogicidade: Não há pedagogia afetiva sem abertura às opiniões, à crítica, aos questionamentos. Dialogicidade é a obrigação de ouvir o outro.
3.7 Contágio: O gesto do educador, especialmente do educador cristão, deve contagiar. Por contagiar entendemos a ação de inspirar o outro; de movê-lo para um objetivo vital; de querer ser um diferencial. Sem amor ao ensino, as palavras são apenas palavras, com afeto, elas são fontes de inspiração. 

CONCLUSÃO
          Decerto parecem utópicas as propostas da Afetividade na Perspectiva da Aprendizagem Significativa, mas se olharmos com cuidado, poderemos ver que suas exigências são muito simples. Basta está aberto à mudança de atitudes e disposto a reinventar-se sempre que preciso. Se, portanto, não formos sensíveis à valorização do indivíduo como pessoa ao invés de maquinizá-la; Se não coseguirmos amá-lo ao invés de colocar rótulos – nossa prática docente limitar-se-á a um mero “faz de contas”, e nosso aluno, neste contexto medíocre, será sabe Deus lá o que. 

PERGUNTAS AVALIATIVAS

1. Defina com suas palavras Pedagogia Afetiva.
2. Por que Freire é considerado grande expoente da Afetividade e Jesus o predecessor?
3. Com relação ao ato de conhecer o aluno, o que é “saber holístico”?
4. Comente sobre as expressões: “Quem é meu aluno? e “Como é meu aluno”?”.
5. Comente sobre três elementos fundamentais para afetividade na Escola Bíblica Dominical
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AULA 5
A EBD E SUAS INTERFACES NA PROMOÇÃO DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

“Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos” (Pitágoras)

INTRODUÇÃO

           O Compromisso com a Aprendizagem Significativa é de todos os que fazem a Escola. De nada adianta o professor desenvolver uma prática docente, assumindo uma postura pedagógica se o Dirigente da Escola, por exemplo, não tenha a mesma postura.  A proposta desta aula é mostrar que o ensino de qualidade é responsabilidade de todas as interfaces (Supervisor, Superintendente, Professores, Secretários e Alunos). Se alguém não cumpre seu papel, dentro desta perspectiva, a Aprendizagem Significativa não se promove. 

1. A SUPERVISÃO: INTERFACE DE DIRETRIZES E ESTRUTURAÇÃO GERAL
1.1 As Diretrizes Pedagógicas: É competência da Supervisão, neste caso o pastor, estabelecer as diretrizes gerais da EBD (formação de equipes gestora; organização do funcionamento geral; e cobrança do Supervisor).

1.2 Investimentos: Educação se faz com investimentos, tanto técnico (formação de educadores), como pedagógico (recursos didáticos). 

1.3 Reuniões Pedagógicas Gerais: Através de reunião ordinária, o Supervisor, junto à equipe gestora avalia a funcionalidade geral da EBD e pode apresentar um novo Plano de Ação. 

2. A SUPERINTENDÊNCIA: INTERFACE ADMINISTRATIVA E AVALIADORA
2.1 Estabelecimento de Metas: O Superintendente administra as diretrizes estabelecidas pelo pastor. Ele pode determinar metas para individuais e/ou coletivas; sugerir treinamento do corpo docente; Junto à supervisão, prover recursos para o funcionamento eficaz da Escola; Ter contato frequente com os Diretores das EBDs, etc.

2.2 Fiscalização: Também é competência do Superintendente fiscalizar o andamento das EBDs, propondo e facilitando melhoras.  

2.3 Reuniões Pedagógicas: Compete ao superintendente avaliar o andamento da EBD, através de reuniões periódicas e preferencialmente locais, para ouvir as sugestões da equipe e propor as possíveis melhoras.

3. A DIREÇÃO LOCAL: INTERFACE GESTORA

3.1 Organização Local: O Dirigente da EBD é responsável pela distribuição do corpo docente, por isso, deve está atento ao tipo de professor que escolher. Pois todas as diretrizes estabelecidas pelo Supervisor pode se estragar diante de um professor descompromissado. Compete a ele ainda, a organização geral da Escola

3.2 Ideias Inovadoras: O dirigente, junto ao (a) secretário(a) podem dinamizar a EBD, promovendo concursos; comemorações de datas; Aniversariantes do Mês; Feiras de conhecimentos; Escolas Animadas etc.

3.3 Reuniões Pedagógicas: Sugere-se que haja, minimamente, uma reunião pedagógica no final do trimestre, para que se avalie o andamento da Escola e se apresente as possíveis mudanças ou sugestões de melhoras.

4. O CORPO DOCENTE: A INTERFACE EXECUTORA 

4.1 O Contato direto: O Corpo Docente é quem executa, diretamente, as diretrizes pedagógicas. É ele quem tem contato direto com a figura principal do processo ensino-aprendizagem, logo, é a quem se cobra mais pelo aprendizado do aluno.

4.2 Professor - Vocação e Dedicação: Espera-se que todos os que ensinam sintam-se vocacionados para isso, e, é obrigação de todos os que têm o chamado ou o dom que se dediquem a ele (Rm 12.8)

4.3 Um pouco de tudo: O professor é pai, amigo, confidente, pedagogo, psicólogo, assistente social etc. Por isso, na Aprendizagem Significativa o Educador não leciona apenas. Ele precisa conhecer os antecedentes, as aspirações e as fantasias do aprendiz para que possa dá sentido ao que vai ensinar. (vide aula 4)


CONCLUSÃO

         Só através de uma consciência pedagógica generalizada a EBD pode promover a Aprendizagem significativa. O professor não pode esbarrar em barreiras funcionais e administrativas, nem a Supervisor, Superintendente e Dirigente da Escola devem sentir seu trabalho travado diante de um professor que não adere o princípio da adaptabilidade, ou seja, que não esteja aberto às mudanças e melhoras. Neste particular, quando todos assumem o compromisso de alcançar o educando de maneira a respeitar seus conhecimentos prévios e oferecer-lhe um ensino contextualizado e significativo os resultados são visíveis.


PERGUNTAS AVALIATIVAS

1. Por que a promoção da Aprendizagem Significativa depende de todas as Interfaces da EBD?
2. Comente sobre a Interface de Diretrizes e Estruturação Geral.
3. Qual a importâncias das Reuniões Pedagógicas efetuadas pelo Superintendente?
4. Faça uma análise crítica das ideias inovadoras da Interface Gestora.
5. Teça um comentário sobre a afirmação de que o professor é um pouco de tudo.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS



Não obstante, Ausubel valorizasse o tradicionalismo e método preletivo, os defensores da Aprendizagem Significativa, na atualidade, não negam a importância de ajustar esta teoria ao construtivismo. Assim, é válido dizer que o Construtivismo não anula o Tradicionalismo e a Aprendizagem Significativa não é antagônica ao Construtivismo. O professor deve entender que deve tornar a sua alma significativa, usando métodos tradicionais, quando preciso, e métodos construtivistas sempre que for possível. Não é o que ele achar conveniente pra ele, mas o que ele achar necessário para os seus alunos. Se assim o fizer terá cumprida sua atividade pedagógica dentro da proposta deste minicurso

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 


Aprendizagem Significativa. In. Wikipédia, Enciclopédia Livre. Disponível em. 
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Aprendizagem_significativa> acesso em. 20 Mar 2012.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

[s.n.] Pedagogia do Amor.  Disponível em:
<http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/amor-constroi-nao-ensina-tabuada-539940.shtml?page=page1> Acesso em: 22 Mar 2012.

TULER, Marcos. Ensino Participativo na Escola Dominical. CPAD, 1ª Ed. Rio de janeiro, 2005.

VECCHIA, Agostinho Mario Dalla. Educação e Afetividade em Paulo Freire: Pedagogia da Autonomia. Disponível em: <http://www.pensamentobiocentrico.com.br/content/ed06_art03.php>  Acesso em: 22 mar 2012.





























Um comentário:

  1. Excelente material! Acredito que hoje, mais que nunca, precisamos de cursos que capacitem e reavivem o compromisso com o ensino em nossas igrejas.

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