sexta-feira, 13 de julho de 2012

O QUE É A MORTE


  
                 Poucas coisas são tão difíceis de definir, convincentemente, como a Morte. Isto por que as definições se particularizam, ou seja, as ciências biológicas, a medicina legal, a filosofia e as diversas religiões têm sua resposta peculiar. Tentaremos dispor um diálogo entre as ciências e a teologia para criar ou reconstruir algumas definições satisfatórias  Os materialistas definem morte como uma “extinção absoluta”, ou seja, “morreu acabou-se” na declaração popular; para os espíritas ela é o final do ciclo individual do corpo de uma pessoa, quando a alma reencarnará posteriormente em outro corpo que cumprirá, de mesma forma, o seu ciclo; para a medicina legal a morte é a cessação da atividade elétrica do cérebro, ocasionando a falência geral do organismo. Mas teologicamente, o que podemos chamar de morte? Afirmamos neste preâmbulo que a ela não é um ser pessoal. Diremos com mais detalhes, adiante. 
                A palavra morte nos originais (Hb. Mãwet; Gr. Thanatos) é usada mais de trezentas vezes na Bíblia. Aparece na maioria dos casos como o final da vida física; como antônimo à vida e  ao estado de separação do homem de Deus, no aspecto espiritual.
A princípio se faz necessário entender o porquê de a morte ter entrado no mundo. A partir desta compreensão buscaremos construir uma definição para ela. Na Bíblia, a primeira referência à morte se encontra em Gn. 3.3, que diz “... do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem tocareis, para que não morrais” (grifo nosso). Observa-se que o projeto original de Deus, não incluía a morte do homem, mas ela seria uma realidade, caso este desobedecesse ao padrão divino. O arqui-inimigo do Criador entra em cena e diz, através da serpente: “certamente não morrereis” (v.4). O homem, portanto, estava diante de duas correntes, uma moral e outra ideológica. A primeira era um compromisso com um princípio divino: “não tocar nem comer o fruto da árvore que estava no meio do jardim, sob a penalidade de morrer”, a segunda, um ideário com distorções da verdade imbuída no princípio divino: “a verdade, não é bem assim, vocês não vão morrer; O que Deus não quer é que vocês sejam iguais a ele. É exatamente isso que acontece se vocês comerem o fruto.” (paráfrase dos v.4).
 Bem, diante do que foi proposto por Deus e pelo Diabo, o primeiro casal, ao ser tentado, aderiu o ideário do inimigo: Pecou, porque erraram o alvo, ao desobedecer ao princípio divino. Aqui cabe a afirmação paulina: “porque o salário do pecado é a morte” (Rm. 6.23). Sim, não havia como escapar, Deus havia os avisado que morreriam se desobedecessem.
            Neste contexto, sintetizamos que a morte foi um decreto divino, que entrou em evidência a partir da desobediência de Adão (cf.Rm. 5.12; 15.21). Deus não é o autor da morte, ele é o oposto a ela. Deus é autor e a essência da vida (Gn. 2.7; Jó. 33.4; Cl. 3.3 etc.). A morte é consequência do pecado, e o pecado é instrumento do Diabo. Logo, a morte é um projeto do diabo, por isso ela está no elenco dos inimigos de Deus (1 Co. 15.26;At. 2.24; Ap. 20.14). O SENHOR decretou a morte como consequência do pecado, assim como o legislador determina a penalidade ao transgressor. Se o homem não transgredir, não é penalizado, se Adão não pecasse, não morreria. Aqui há três elementos em evidência: a jurisprudência de Deus, o livre-arbítrio do Homem e a tentação do Diabo.
            Então vamos construir os primeiros conceitos teológicos de morte:
·   Morte é um decreto divino como consequência à desobediência humana.
·   Morte é a consequência do pecado original.
Voltamos então ao cenário edêmico. Adão desobedeceu ao princípio moral estabelecido por Deus, porque deu ouvido ao conjunto de ideias exposto pelo diabo. E aí, ele morreu naquele momento, como Deus havia dito? A resposta unânime dos teólogos é que Adão morreu, sim, mas no plano espiritual. Ou seja, a morte tem três dimensões, física, espiritual e eterna, logo, Adão sofreu a morte espiritual naquele momento e só depois, logicamente, veio a morrer fisicamente (Gn. 5.5)
Minha explicação é aparentemente ingênua, mas afirmo que Adão morreu (começou a morrer) naquele mesmo dia. A Morte Original (impetrada a Adão) é um fenômeno de uma síndrome de disfunção múltipla dos órgãos, contínua e gradativa. Ou seja, com o pecado, o relógio biológico de Adão entrou em contagem regressiva até zerar. Adão começou a morrer, no dia em que pecou.  O aguilhão da morte esteve em seu corpo, a partir daquele momento, alterando o princípio da vida. Em suma, o que a chamamos de morte, seria o marco zero do desfalecimento humano. Por isso um dos sinônimos de morrer é falecer.
Podemos então construir outros conceitos de morte, a partir de então:
·     Morte é o estado de falecimento, demarcado com o final da vida física.
·     Morte é o fenômeno natural determinado pela disfunção geral da consciência e das funções orgânicas.

 Este é o conceito de morte mais compreensivo aos seres humanos. Morre-se quando se perde a vida, ou seja, quando há uma parada cardíaca e/ou respiratória irreversível. Muito embora científica, é uma definição simples de se entender. Muitas passagens bíblicas inferem esta verdade.  (cf.  Gn. 5.27; Ec. 3.2; Mt. 9.18 etc)
Para compreender o fenômeno da morte, com mais detalhes, faz-se necessário entender o homem na sua constituição total: corpo alma e espírito. O ser humano divide-se em duas áreas – o homem físico ou biológico, formado pelo corpo, e o homem espiritual ou interior, formado pelo espírito e pela alma. (Cf. II Co 4.16; I Ts. 5.23)
A morte física, nos parâmetros das duas últimas definições é uma realidade apenas para o corpo. O homem interior (espirito-alma) sobrevive desencarnado à morte física. Ocorre um desligamento da cadeia que une os elementos humanos, exemplo: O corpo está ligado à alma através do cérebro e a alma está ligada ao espírito através da consciência. Com a morte física, o cérebro entra em falência e se quebra o vínculo entre a alma e o corpo, (cp. Ec. 12.6), portanto a alma continua ligada ao espírito pela consciência, podendo sobreviver fora do corpo num plano espiritual controlado por Deus. Salomão diz: “E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Ec. 12.7) Voltar a Deus, sugere, voltar ar ao controle de Deus.
Considerando os três elementos que compõem o homem, a saber, espírito, alma e corpo, afirmamos que o pecado acarretou morte nestas três instâncias. Neste particular, define-se morte em três modalidades: física, espiritual e eterna. A definição destes três tipos de morte aponta “separação”, como a palavra mestra. Logo:
Morte física é a separação do homem exterior (corpo) do homem interior (espírito-alma). O espírito e a alma sobrevivem à morte física, permanecendo em plena consciência num lugar intermediário até a ressurreição (Ap. 6.9,10; Lc. 16.19-31) enquanto o corpo, inconsciente, decompõe-se até voltar ao seu estado de pó. (cf. Gn 3.19; 35.18; Jó. 34.14,15; Sl. 146.4; Ec. 9.5. Na ressurreição acontece uma reunião dos três elementos, sejam os justos ou os ímpios (Dn.12.1; Jo. 5.28,29; At. 24.15; I Co. 15. 52-56)
Morte Espiritual é o estado em que o homem natural se encontra diante de Deus. É a separação espiritual da comunhão com Ele, cuja ressurreição só acontece quando o pecador recebe Cristo como se Salvador. (Ef. 2.1,5; Cl. 2.13) A morte espiritual se projeta no homem interior e não no corpo como a morte física.

Morte Eterna é o estado de eterna separação entre o homem e Deus, conferido a todos os que rejeitarem o plano da salvação. É a chamada segunda morte (Ap. 20.14) e eterna perdição (2 Ts. 1.9). É o tipo de morte que abarcará o homem total, por isso só será impetrada após a ressurreição e juízo final.
Aqui se constroem outras definições de cunho teológico de Morte:
·   Morte é o estado de separação entre o corpo e o espírito-alma. (física)
·   Morte é o estado de separação espiritual, temporária ou definitiva, do homem para com Deus (espiritual)
É importante afirmar que em nenhuma definição de Morte pode se construir a ideia de “não existência”, pois o indivíduo não se extingue com a Morte como pensam os materialistas. Ele continua vivendo num estado de pura consciência num lugar intermediário entre a morte e a ressurreição. Os justos descansam no Paraíso e os ímpios vivem o início de sofrimento no Hades (Cf. Lc. 16.19-31; Lc. 24.43; Ap. 6.9,10; I Co 121-4).
Outro fator importante é o eufemismo bíblico no tratamento da morte. Várias passagens chamam o falecimento de “dormir” (cf. I Rs. 2.10; At.7.59,60; 11.11; Mt. 27.52,53; etc. ), que nada tem a ver com  o sono do espírito pregado por alguns cristãos, mas ao estado de descanso que o corpo (sem consciência) do salvo terá até o dia que Cristo dará a voz de comando os chamando à vida (Jo. 5.28,29). Outra expressão usada por Paulo para indicar morte/sepultamento é “semear”, (I Co. 15.42-44) uma alusão à pré-ressurreição, como algo que é plantado para nascer. Para o crente a morte antecipa a glorificação do corpo na ressurreição. (I Co. 15.53-55). Logo, a expressão eufêmica e popular sobre a morte, “passou desta para a melhor” é uma construção apenas para aqueles que acreditam que morrer é lucro ( Fp. 1.21)
É possível, então, dá uma definição figurada e puramente cristã da Morte neste sentido:
· Morte é a passagem da vida física e terrena para a vida num plano espiritual e eterno.
Já que construímos alguns conceitos para a Morte, então voltamos à ideia de sua impessoalidade. Sim, perceba que nas definições ela é traduzida como um decreto, uma consequência, um estado, um fenômeno... Nunca um ser pessoal. A personificação da Morte é o reflexo de uma cultura que sempre se valeu da iconografia e elementos mitológicos para definir ideias, seres abstratos e até sentimentos – a cultura do mundo antigo.  A representação da Morte para os gregos era  Tânatos; para os romanos, Libitina; para os ocidentais,  o esqueleto com túnica e capuz preto e foice na mão; para os norte-americanos o  Grim Reaper ... A Bíblia, também, se utiliza desta forma de linguagem visual para personificar a Morte (cf. Ap. 6.8). Em Êx. 12.23, a praga da morte dos primogênitos foi efetuada por um destruidor que lembra o anjo da morte, o Grim Reaper e o ceifador do tarô, jogo de cartas francês.
O certo é que estas personificações não definem que a Morte seja um ser pessoal. Muito embora, ela seja chamada de inimigo (I Co 15.56) e que será vencida e finalmente, lançada no inferno (Ap. 20.14), tais expressões figuram a vitória completa de Cristo, quando eliminará, definitivamente, todo efeito do pecado de Adão. A afirmação de que a Morte e o lugar dos mortos serão laçados no inferno é a certeza de que o triunfo de Cristo garantirá à nova geração a certeza de que estaremos livres das marcas do Diabo de uma vez por todas. O Império da Morte de desfará quando todos os efeitos da ressurreição de Jesus se concluir na redenção de todo o universo.
   Cabe agora perguntar: como o cristão deve lidar com a morte? Que postura ele deve assumir diante desta realidade? A resposta deve começar pelo ensino de Paulo aos tessalonicenses: “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança.” ( I Ts. 4.13). Enlutar-se e ficar triste é normal, mas cair na tristeza desesperadora é negócio “dos demais que não têm esperança”. Repousa no salvo a Gloriosa Expectativa da vinda de Jesus, ocasião em que os “mortos em Cristo ressuscitarão" e os vivos serão transformados à semelhança do corpo de Jesus ( I Ts. 4.16,17; 1 Co 15.52; Fp.3,20). Glória a Deus!
     O salvo não dever temer a morte, em contrapartida não deve pedir pra morrer e nem tirar a vida, muito embora, às vezes, o desejo de está com o Senhor seja visível (Cf. Fp. 1.23). A vida é uma dádiva do Criador, e é preciso ser vivida com alegria, gratidão e responsabilidade. Portanto, quando a morte chegar para nós e para os nossos entes queridos salvos, devemos encontrar motivos para louvar ao SENHOR, pois a Bíblia diz que “preciosa é à vista do SENHOR a morte dos seus santos” ( Sl. 116.15). Sendo assim , tanto a vida como a morte são recursos que nos encaminham à comunhão com Cristo, por isso devemos afirmar como o apóstolo da alegria: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp. 1.21). Amém.

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Pb. Sérgio Geremias

Bel. Teologia
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PREFERÊNCIAS:
Dicionário Hebraico-Português & Aramaico-Português. Petrópolis, RJ. Sinodal, 2001
GILBERTO, Antonio. O Calendário da Profecia. Rio de Janeiro, CPAD, 1985.
Novo Testamento Interlinear, Grego-Português,  Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil,2004
OLIVEIRA, Raimundo de. As Grandes Doutrinas da Bíblia. Rio de Janeiro, CPAD, 1987
VINE, W.W. Dicionário Vine, Rio de Janeiro, CPAD, 2003
WIKIPÉDIA, Enciclopédia Livre. Morte. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Morte>




quarta-feira, 11 de julho de 2012

Doenças: Causas e Curas


Uma Análise Bíblico-científica das causas e  da cura das  Enfermidades


O

 Estudo das doenças tem causado muitas polêmicas no meio evangélico. Se por um lado têm aqueles que, lançando mão da Teologia da prosperidade, nega a possibilidade de uma pessoa salva enfermar, por outro lado, existem os que desconhecem que a salvação em Cristo, garante também a saúde do corpo; se num extremo estão aqueles que atribuem a todas as doenças uma causa espiritual, no outro, aqueles só enxergam a naturalidade das coisas; Muitos são os cristãos que procuram os médicos por falta de fé, e outros, apropriados de uma fé fanática, rejeitam o tratamento médico e se frustram por não ver os resultados de sua crença.
Como profissional da saúde e estudante da Bíblia lhes asseguro que é preciso uma compreensão acerca das causas das doenças, para que a partir desta compreensão, possam entender como a cura deve ser processada. As implicações aqui expostas serão feitas numa visão bíblico-científica sem uso de termos técnicos mais aprofundados. As divisões expostas  são didático-teológicas, a fim de que o leitor se inteire do conteúdo com facilidade.

1.    AS CAUSAS DAS DOENÇAS


1.1    Causa Primária: Teologicamente falando a causa principal e primária das doenças foi a queda. O pecado de Adão trouxe a toda raça humana  consequências generalizadas, afetação no espírito, na alma e no corpo. (Gn. 3.8-24; Rm. 5.12-20)


1.2    Causas Naturais: São todas as causas circunscritas apenas o ordem natural das coisas.
a)      Congênitas: são as doenças adquiridas antes do nascimento, caracterizadas por má formação estrutural ou anomalia morfológica.  Pode ser de um órgão ou de um conjunto de órgãos que causam problema funcional e pode ser hereditário. ( cf. Jo 9.1; At. 3.2; 14.8; Lc. 14.2)

b)      Acidentais: são aquelas que se manifestam por algum tipo de acidente. (I Rs. 1.2; 2 Sm. 4.4)

c)      Imprudência e Irresponsabilidade humana: São as doenças causadas por má alimentação, poluição ambiental, vida diária agitada e excesso de esforço físico. A maioria das doenças na atualidade está inserida neste item, como obesidade, câncer, doenças respiratórias, estresses, e quase todas as doenças degenerativas, como o diabetes, doenças cardíacas, hipertensão, doenças na coluna vertebral, Mal de Alzheimer etc. (Cf. At. 28.8; I Rs 4.17,18) Por isso Deus intervia no sistema alimentício do seu povo (Cf. Lv. 23)


1.1    Causas Espirituais: São as doenças cujas origens se implicam em fatores que fogem da ordem natural e se relacionam diretamente com Deus ou com o diabo.

a)      Provações ou propósitos divinos: Deus pode permitir doenças como uma forma de provar os seus filhos ou para que resulte numa glorificação ao seu nome. ( Cf. Jó  ; Tg. 5.11; Jo 9.1; Jo 11.4)

b)     Castigo divino em resposta ao pecado: algumas pessoas ficam doentes, porque são feridas por Deus como um ato de juízo (Cf. 1 Sm. 25.38; 2 Cr. 13.20; 2 Cr. 2.18 ) Há na Bíblia até quem fosse ferido pelo pecado de outros, Cf. (2Sm. 12.15)

c)      Irreverência ao ato da Santa-Ceia: Algumas pessoas podem ficar doentes por participar da ceia sem valorizar a sua importância ( Cf. 1 Co 11.30)

d)     Espírito de enfermidade (doenças malignas): Muitas doenças têm ligação direta com diabo e os demônios. Geralmente são espíritos de doenças que atuam no corpo e na mente (Lc. 13.11-13; Mc. 9.17).


1.3 Causas Psíquicas: São as doenças conhecidas como psicossomáticas. São aquelas “de fundo emocional”, ou seja, que são causadas por um estado emocional alterado, cujas manifestações são orgânicas, mas as razões são psíquicas. Muito embora a pessoa sinta sintomas físicos eles não podem ser diagnosticados. Ex. Alguns tipos de asmas, de gastrites, hipertensão etc.


2.      O TRATAMENTO E A CURA
A compreensão da cura, no meio cristão tem sido meio controversa, porque as pessoas se utilizam apenas do argumento da fé. Então, se a pessoa tem fé, recebe a cura, se não tem permanecerá doente. Na verdade teológica, existem vários fatores a ser considerados e todos partem do conhecimento da origem da enfermidade. Por exemplo, duas pessoas podem está com a mesma enfermidade, mas por razões diferentes, e neste caso, o processo da cura ou do tratamento também seguem caminhos diferenciados. Elencaremos abaixo as principais formas de tratamento e curas das enfermidades.


1.      Medicinal ou Farmacêutico: é o tipo de tratamento em que o doente lança mão dos recursos da medicina para obter a cura, muito embora humano e científico, ele  não é condenado pela bíblia, ( Mt. 9.12; Cl 4.14). Ezequias mesmo orientado por Deus usou meios medicinais (Is.38.20,21). Apesar de a medicina ser, relativamente eficiente, uma pessoa que está doente por ter sido ferido por Deus, por exemplo, nunca será curada por este recurso. ( Cp. Jr. 8.22) Além do mais, a confiança em Deus, deve sobrepujar a confiança nos médicos (Cf. 2 Cr. 16.12)
2.      Terapêutico: Algumas doenças podem ser tratadas e até curadas através de terapias, ou seja, sem uso me medicamentos. As terapias mais conhecidas são  fisioterapia e a psicoterapia. Mas atualmente existem uma imensidão tratamento alternativo, como acupuntura, cura quântica, ,homeopatia, fitoterapia, hipnoterapia, mesoterapia, medicina ayurvédica, naturopatia, , quiropraxia, reflexilogia, talassoterapia, tai chi, shiatsu, cromoterapia, massoterapia, yoga terápica, terapia com animais e muitos, etc. Portanto, o cristão deve conhecer bem  o tratamento terapêutico, e analisa-los teologicamente com muito acuidade, porque  muitas destas terapias estão relacionadas com princípios esotéricos, espíritas, ocultistas, idolátricos e sobretudo, antibíblicos.


3.      Espiritual: A cura espiritual, aqui, se limita a chamada cura divina. A única cura espiritual aceita pelos cristãos que tem a bíblia como única regra de fé. A cura espiritual diz respeito àquele que ocorre milagrosamente. Ela pode acontecer de várias maneiras: Pelos dons de curar (1 Co. 12. 9,28,30  ) pela imposição de mãos por um ato de fé (Mc. 16.18   ); Pela oração da fé  (Tg.5.15) e por outros meios extraordinários da soberania de Deus (C. At. 5.15; 19.11,12)

O Cristão mesmo salvo não está isento de adoecer, pois enquanto estivermos vestidos deste corpo mortal, estaremos sujeito a todas as fraquezas e limitações, incluindo as enfermidades. Portanto, temos uma fator positivo a nosso respeito, a morte de Jesus, pode beneficiar nossa vida física ( Mt 8.17) e, mesmo enfrentando doenças, e tendo o corpo corrompido, podemos compartilhar das bênçãos espirituais, em Cristo, através do homem interior ( 2 C0 4.16). Até que definitivamente, nosso corpo seja glorificado à semelhança do corpo de Jesus ( I Co 15.53,54; Fp.3.20,21).
Estando doente, não pecamos em buscar os médicos ou outros profissionais da saúde, mas é bom lembrar que temos o benefício da Cura Divina, mas é válido dizer nem todos os doentes serão curados, e uma das razões está atrelada a causa da doença. Há aquelas que só serão curadas quando pecados cometidos forem confessados (Tg. 5.16 ), algumas  outras quando o espírito da doença for expulso (Mt. 17.18) e uma grande maioria quando tiver fé suficiente para ser curado. (At. 14.9,10). Amém.


Leia, faça seus comentários, sugestões e críticas.
Pb. Sérgio Geremias
Psicopedagogo Clínico  e Bel. Em Teologia

quinta-feira, 21 de junho de 2012

QUANTOS CÉUS EXISTEM?


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Por Sérgio Geremias*

Que existe um lugar santo, maravilhoso e eterno, como morada dos salvos, não há dúvida nenhuma para aqueles que acreditam nas Escrituras Sagradas. O Céu é uma realidade! Jesus e os apóstolos nos certificaram disso, em mais de 170 versículos do Novo Testamento (Cf. Lc. 10.20; Mt. 26.29; Jo 14.1-3; 2 Co 5.1; Fp. 3.20; 1 Pe 1.4 etc).  O problema para alguns é entender QUANTOS CÉUS existem.
Alguns povos da antiguidade, incluindo os próprios judeus acreditavam em SETE CÉUS, e, muitos nos dias de hoje mantêm esta crença ou a de que existem no mínimo quatro céus. Isto se dá com base numa interpretação desprovida da exegese bíblica, de alguns textos da como Dt. 10.14, que diz: “Eis que os céus e os céus dos céus são do SENHOR teu Deus, a terra e tudo o que nela há” (grifo nosso). Subtende-se, assim, que existam pelo menos quatro céus: OS CÉUS (pelo menos dois) e OS CÉUS DOS CÉUS (pelo menos mais dois).
No Antigo testamento a palavra hebraica shãmayim, está no plural e foi  traduzida para português tanto para CÉU como para CÉUS. Então, muitas vezes o termo “CÉUS” se refere a apenas um céu, embora às vezes se traduza por mais de um. Veja o exemplo:
·         “Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles.” (Sl 2.4)
·         “O SENHOR olha desde os céus e está vendo a todos os filhos dos homens” (Sl 33.13, grifo nosso)
·         “Mas o nosso Deus está nos céus; fez tudo o que lhe agradou.” (Sl 15.3, grifo nosso).
Conclui-se que a palavra shamayim (céus) nos textos supracitados refere-se ao céu morada de Deus, muito embora esteja no plural. Em outros momentos, por exemplo, se traduz a mesma expressão no singular como em Neemias 9. 6 que diz: “Só tu és SENHOR; tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército...” (grifo nosso) Note que enquanto Dt 10.14 a expressão aparece “ Os céus e os  céus dos céus”(plural), em Ne 9.6 aparece “ o céu e céus dos céus”.(singular) Nada muda na interpretação, porque a palavra hebraica é a mesma para singular e plural.
No Novo Testamento é diferente, o substantivo CÉU pode aparecer em grego, no singular e no plural: uranos (céu) e uranois (céus). Mesmo assim, o plural é usado para indicar o céu como lugar de Deus. Veja:
·         “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mt. 5.16).
·         “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome.” (Mt. 6.9).
·         “Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre veem a face de meu Pai que está nos céus.” (Mt. 18.10)
Sabemos que a expressão “céus” se refere à morada de Deus e ao local de nossa habitação eterna ( Cf. Fp. 3.20; 2 Co 5.1), mas outras vezes a mesma referência é feita usando o termo no singular. Veja os exemplos com grifo nosso:
·         “Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus.” (At. 16.19);
·         “Folgai nesse dia, exultai; porque eis que é grande o vosso galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos profetas.” (Lc. 6.23)
·         “E depois disto olhei, e eis que o templo do tabernáculo do testemunho se abriu no céu” (Ap. 15.5)
·         “E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo também que o Senhor deles e vosso está no céu, e que para com ele não há acepção de pessoas.” (Ef.6.9).
·         “E por isso também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu.” (2 Co5.2)
Conclui-se, portanto que nem os textos no Antigo Testamento nem os do Novo estão dizendo que existam pelo menos QUATRO CÉUS ou dão fundamentos para SETE CÉUS, é apenas uma questão que se resolve nos viés da hermenêutica bíblica, uma vez que tanto o singular como o plural indica a morada de Deus e habitação dos crentes, ora chamada “céu” e ora, “céus”.
Mas afinal quantos céus existem? Vamos partir, agora, de outro texto bíblico. Leiamos 2 Co. 12.2-4: “Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) Foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar.”  (grifo nosso)
Este texto serve de fundamento para a interpretação que parece ser mais aceita no meio teológico pentecostal, a de que existem três céus. A forma disposta na narrativa paulina deixa claro ter ele chegado ao céu mais importante: primeiro, ele falou que lá está o paraíso, e, segundo, que lá ouviu palavras  inefáveis. Se o que ele ouviu foi por parte da divindade ou dos anjos, não há dúvida se tratar do Céu dos Céus, tão falado nos escritos veterostetamentários.
Considerando verdadeira a teoria ou interpretação teológica de TRÊS CÉUS, podemos dispor na seguinte organização:
PRIMEIRO CÉU: (Uranos) – É o Céu Inferior, onde voam os pássaros e se projetam as nuvens e as chuvas (Cf. Gn 2.20; 7.11; 8.2; Jz 5.4; Sl 18.11; Jr 10.13; Mt 6.26 etc.)
SEGUNDO CÉU: (Mesuranos) – É o Céu Intermediário. Nele estão os planetas, os cometas, os meteoros, as galáxias e todo o sistema solar, e é às vezes chamado de firmamento e/ou expansão dos céus (Gn. 1.14,15; Dt. 1.10; Mc. 13.25 etc.). Este é o céu onde o Diabo transformou em sede de sua habitação, depois da queda, chamado de lugares celestiais em Efésios 6.10.
TERCEIRO CÉU: (Epuranos) – Este é o Céu Superior, chamado, como já mostramos, de Céu dos Céus. É a morada de Deus (Sl 11.4; Is 63.15; 66.1; Lm 3.50; Ap. 3.12 etc), onde se encontra o trono da Majestade (Hb. 8.1); é onde residem os anjos (Mc 12.25; Mt.24.31,36); onde está o paraíso e as almas dos salvos (2 Co 12.4; Ap.2.7; Ap. 6.9) e é neste Céu que está a Cidade de Nova Jerusalém. Ela não é o Céu, está nos Céus. (Fp. 3.20; Ap.21.1,2, 10; 3.12)
O primeiro e o segundo céu foram afetados pelo pecado e por isso serão destruídos. Diz a Bíblia: “Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios. [...] Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, Aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão?” (2 Pe. 3.7,10-12). Pedro ainda diz que “os céus passarão com grande estrondo” (2 Pe 2.10), confirmando  o que Jesus dissera: “O céu e a terra passarão...” (Mt 24.35). O terceiro Céu, portanto, ficará intacto, pois o pecado não maculou a sublimidade da habitação do Altíssimo, de onde se manifesta Sua glória e Sua santidade eternamente (Sl 113.4; Is 63.15).
Com a destruição dos Céus um novo céu será criado. (cp. Is 34.4 e 66.22) Ou seja, o primeiro e o segundo céu serão transformados num céu redimido do pecado. O Apóstolo Pedro nos diz: “Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.” (2 Pe 3.13 , grifo nosso). Aliás, no Antigo testamento temos esta promessa de Deus, quando diz por intermédio de Isaias: “Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão.” (Is 65.17, grifo nosso). João teve o privilégio de antever a renovação dos céus, quando diz: “E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu (ou céus) e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.” (Ap. 21.1).
O Novo Céu será, portanto, o espaço redimido que aguardará Jerusalém, a Cidade dos remidos. O próprio João nos diz que viu “a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.” (Ap. 21.2, grifo nosso, cf. v.10; 3.12). Sim, Jerusalém descerá do terceiro céu e se instalará no novo céu, então, na eternidade, os salvos terão acesso ao Céu dos Céus, a Nova Jerusalém que estará no Novo Céu e à Nova Terra – uma nova criação numa era nova, onde habitará a justiça, a paz , a santidade e  a harmonia cósmica  por toda a eternidade.  (cf. Ef. 1.10; Cl 1.20) Glória a Deus!


GRÁFICO ILUSTRATIVOS DOS TRÊS CÉUS.




Céu Superior 
(3º)
(Epouranos)


          Deus
Anjos
Nova Jerusalém
Paraíso


  
Céu Intermediário (2º)
(Mesouranos)

           Sistema Solar
           Estrelas, Galáxias, etc
           Sede da Habitação Satânica




Céu Inferior
(1º)
(Ouranos)

           Pássaros
          Nuvens
           Chuvas, T rovões etc.






E




































*   Sérgio Geremias:
MINISTRO DO EVANGELHO da Assembleia de Deus em Pernambuco
Bel.Teologia