sábado, 13 de dezembro de 2014

INTRODUÇÃO DO LIVRO - SALMO 23: A DESCRIÇÃO POÉTICA DOS CUIDADOS DE DEUS




INTRODUÇÃO

“O SENHOR é o meu pastor...”

Gosto de estudar a história de Davi, como pastor, partindo da perspectiva do texto de I Samuel 17.34,35, quando o jovem pastorzinho diz a Saul: “Teu servo apascentava as ovelhas de seu pai; e vinha um leão ou um urso e tomava uma ovelha do rebanho, e eu saía após ele, e o feria, e a livrava da sua boca; e, levantando-se ele contra mim, lançava-lhe mão da barba, e o feria, e o matava.” Tais palavras só poderiam ser ditas de um pastor dedicado e destemido que arriscava sua própria vida para salvar uma de suas ovelhas. Ele sabia a importância de sua função, por isso fazia tudo que estava ao seu alcance para ver suas ovelhas bem, mesmo que pra isso, fosse preciso empenhar força laboriosa para afastar o perigo. Só alguém assim poderia ter escrito o Salmo 23.
Um pastor vivia em função de suas ovelhas. Ser pastor era mais que profissão, era uma missão; uma vida de entrega afetuosa e um apego de coração (Pv. 27.23) pois, além dos cuidados mantenedores (Cf. Ct. 4.2;) restava-lhe a obrigação de proteger o rebanho dos animais ferozes e dos perigos diversos. Alguns pastores dispensavam cuidados noturnos às ovelhas (Cf. Lc. 2.8) e os mais devotos às apascentavam próximo aos lírios (Cf. Ct. 2.16) e faziam cabanas para elas (Cf. Gn. 33.17). Quando alguém não fazia jus a sua missão pastoral, além de expor as ovelhas ao perigo (Na. 3. 18 ; Jo.10.12), poderia ser destituído, por não fazer jus ao mérito de ser chamado pastor. No âmbito espiritual, Deus condenou aqueles que não honraram sua tarefa, ao afirmar: “Vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, visto que as minhas ovelhas foram entregues à rapina, e vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuraram as minhas ovelhas, pois se apascentaram a si mesmos, e não apascentaram as minhas ovelhas (...)” (Ez. 34:8. Cp. Zc.11.17) Davi, jamais receberia tal reprovação. Ele nunca tiraria proveito de seu cargo nem permitiria um animal feroz devorar as suas ovelhas, antes, se lançava ao perigo por elas.
As qualidades, do filho mais novo de Jessé, atraíram os olhares de Deus. Ele era tão dedicado no que fazia, que o SENHOR o escolheu para apascentar o Seu povo.  O profeta Natã pode testemunhar esta realidade quando Deus o disse: “Agora, pois, assim dirás a meu servo, a Davi: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eu te tirei do curral, de detrás das ovelhas, para que fosses chefe do meu povo de Israel.” (1 Cr.17:7). E Davi não decepcionou a Deus, neste aspecto. Assim como cuidou das ovelhas de seu pai, soube apascentar, sábia e amorosamente, o rebanho de Deus. Asafe confirma isso em forma de cântico quando diz: “Também elegeu a Davi, seu servo, e o tirou dos apriscos das ovelhas. De após as ovelhas pejadas o trouxe, para apascentar a Jacó, seu povo, e a Israel, sua herança. Assim os apascentou, segundo a integridade do seu coração, e os guiou pela perícia de suas mãos”. (Sl. 78:70-72. Grifo nosso). Nada poderia ser dito de mais bonito sobre os cuidados pastorais do moço belemita.  
Davi tinha uma relação amorosa com as ovelhas e tinha um coração sensível às coisas de Deus. Quando o SENHOR disse a Samuel que fosse à casa de Jessé, pois dentre os seus filhos, havia escolhido um para ser rei, (I Sm. 16.1), está claro que o pastorzinho tinha um coração devoto a Deus, aliás, era um homem segundo o coração de Deus, pois quando o SENHOR declarou reprovação a Saul, Samuel declarou o novo projeto divino para Israel, afirmando :“ Porém agora não subsistirá o teu reino; já tem buscado o SENHOR para si um homem segundo o seu coração, e já lhe tem ordenado o SENHOR, que seja capitão sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o SENHOR te ordenou.” (1 Sm. 13:14) Davi não foi escolhido porque era o menor; porque tinha postura de trabalho duro; por ser formoso de semblante... O que o tornou escolhido, se reflete no que Deus disse a Samuel: “o Senhor olha para o coração” (I Sm. 16.7). E por conhecer o coração do jovem pastor, foi que o Pai Eterno ordenara a Samuel: “Levanta-te, e unge-o, porque este mesmo é”. (v.12).
Davi, apesar de muito moço, tinha uma delicada experiência com Deus. Ele era um rapaz diferente. Sua devoção a Deus era visível ao ponto das pessoas dizerem a seu respeito: “... o Senhor é com ele.” (I Sm. 16.18; cp. I Sm. 18,14). Até Saul percebia isso (1 Sm. 18:28), e, por esta razão o temia (1 Sm. 18:12).
Apesar de todo este ressalto, Davi sentia na pele o que era tribulação, desprezo, fome, sede, traição, inveja e perseguição. Ele sabia contar o que era dormir na frieza do campo; andar no calor do deserto e pernoitar nas cavernas. Ele experimentou a angústia da fuga imprevisível; a dor da ameaça de morte; o gosto da decepção de pessoas queridas; o desprezo de alguém que deveria está ao seu lado... Ele sofreu a dor da perda; enfrentou crises na família; vivenciou pressão psicológica e sentiu o desconforto da solidão e a frustração da busca cansativa de algo que insistia em não vir.
É cruel. Vivendo sob estas condições e convivendo nos ambientes mais inóspitos, o triunfante Davi não se sentia mais um pastor. Agora ele tinha a sensação de está sob os cuidados do Supremo Pastor. E, agora se vendo nas condições de uma daquelas suas ovelhas, indefesa, assustada e frágil, ele pode se ver, como assistindo a uma tela em sua frente, enfrentando o frio noturno e o calor do dia para cuidar e proteger seus cordeirinhos de qualquer perigo. Aí a transferência é certa: Ele era aquela ovelhinha desprovida, amparada pelo amor providencial do Pastor. Então, brota um alívio na dor e uma esperança que transcende o sofrimento que o motivou a sussurrar crédulo e esperançoso: “O SENHOR É O MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ.”.
A célebre afirmação de Davi, que reflete o prelúdio da poesia augusta, enseja suas três motivações diante das experiências aversivas, a saber: convicção (O Senhor é...); intimidade (... o meu Pastor...) e confiança na providência divina (... nada me faltará). Estas motivações é o prefácio do Salmo e precedem a manifestação áurea dos cuidados de Deus. E, sem dúvida, são ingredientes indispensáveis para o enlevo espiritual do cristão de todos os tempos e de todos os lugares, pois a mensagem do Salmo continua tão atual como nos dias em que foi escrita.
É com este olhar primoroso, caro leitor, que lhe convido e ler, a recitar, a meditar e a pregar o SALMO 23. Convido-lhe a fazer uma abordagem espiritual. Jesus é nosso Grande Pastor (Hb. 13.20; I Pe. 2:25; Mt. 2:6 ) e seus cuidados não nos são negados. Ele mesmo falou: “Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. (Jo. 10:11). Ele sabe quais as nossas carências e os perigos que nos rodeiam, pois Ele conhece suas ovelhas e delas é conhecido. (v.14). Independente da situação que nos encontramos, Deus, tal qual um Pastor Amável, nos guiará (Sl. 80.1). É certa a promessa de Isaias: “Eis que o Senhor JEOVÁ virá como o forte, e o seu braço dominará; eis que o seu galardão vem com ele, e o seu salário, diante da sua face. Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os braços, recolherá os cordeirinhos e os levará no seu regaço; as que amamentam, ele os guiará mansamente” (Is.40:10-11.). Aleluia!
Deus como Pastor é uma das mais belas metáforas da vida cristã. Seus cuidados pastorais são consoladores. Seu amor sacrificial, sua dedicação acolhedora e sua cortesia são incomparáveis. Felizes aqueles que estiverem em seu aprisco e os que forem por ele guiados. Nesta vida, os tais terão a convicção de serem cuidados por Ele, e no porvir a garantia de serem recompensados por tudo, como bem afirma o apóstolo Pedro: “E, quando se manifestar o sumo Pastor, recebereis a imarcescível coroa da glória.” (1 Pe. 5:4)
SALMO 23: A Manifestação Áurea dos Cuidados de Deus não foi escrito para falar à cabeça, mas ao coração; não é um tratado teológico nem um comentário bíblico; não é o resultado de uma pesquisa austera e meticulosa; não se trata de um estudo exegético exaustivo de um capítulo das Escrituras Sagradas; não foi produzido com o intuito de torná-lo um best-seller; não objetiva atrair glórias para o seu autor, nem admiração da crítica literária. Esta singela obra foi produzida para inspirar vidas diante da realidade do sofrimento, motivando-as a enxergar os infortúnios sob a perspectiva da eternidade. Sim, este livro prima em ampliar a zona de operacionalidade de nossa confiança em Deus, o qual, como nosso Supremo Pastor, está sempre pronto a oferecer o seu auxílio e amparo.
 Se o amado leitor, ao chegar à última página deste livro puder dizer, que conseguiu otimizar sua percepção  acerca das amarguras deste mundo, tendo convicção de que Deus nunca o deixará só, nas vicissitudes da vida, estarei certo que esta obra terá cumprindo seu propósito. Analisaremos, portanto, Doze Cuidados Divinos, expressos nas melodiosas palavras de Davi, que certamente servirão de lenitivo e bálsamo para os corações feridos pela dor, seja ela de que natureza for. No final dos doze capítulos há um bloco de conselhos práticos. Um bloco para cada mês. Uma espécie se sinopse de cada capítulo. E segue-se um glossário das palavras menos conhecidas de nosso público, para facilitar-lhes a compreensão da mensagem do livro.
Que o Supremo Pastor das ovelhas nos agracie com seu consolo, pois Ele, pela Sua Palavra, já nos deu a assertiva: “Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto; homens sois; porém eu sou o vosso Deus, diz o Senhor JEOVÁ.” (Ez. 34:31). E, que cada um de nós, tal qual José, tenha os braços “fortalecidos pelas mãos do Poderoso de Jacó, o Pastor, o Rochedo de Israel”. (Gn. 49.24). Amém.  

Sérgio Geremias
Junho – 2014

sábado, 18 de outubro de 2014

QUÃO GRANDE É O MEU DEUS - VERSÃO HEBRAICA

 GADOL ELOHAI

Gadol Elohai
Shiru ki Gadol Elohai
Kol echad Yirei
Ki gadol Elohai


Shem me'al kol shem
Otcha raui le'halel
Libi yashir ki gadol Elohai

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A REALIDADE DO MUNDO ESPIRITUAL




A REALIDADE DO MUNDO ESPIRITUAL
TEXTO BASE – inicial – Cl. 1.13-17

INTRODUÇÃO
A vida e as coisas não se resumem no que dizem os materialistas, que admitem apenas a matéria.  Existe, sim, um mundo e uma dimensão espiritual, com coisas e seres invisíveis; onde há vida dinâmica com alegrias e sofrimentos. Isso não é mito, atos imaginários ou invencionismo religioso – é uma REALIDADE.
A palavra de Deus nos mostra que há um mundo em contraste com o material e que intervém no material. Mesmo que pessoas não acreditem, como os saduceus nos tempo de Cristo (At 23.8). Isso não anula sua existência.
O Mundo Espiritual é composto pelo Criador e a Pela Criação Invisível, a saber: O Céu, o Inferno, o Lugar Intermediário os Seres Espirituais (Anjos e Demônios), como analisaremos neste Estudo.

1.      A CRIAÇÃO E REALIDADE DO MUNDO ESPIRITUAL
1.1   Deus criou os mundos: o material e o Espiritual (Hb. 12.3; Cl. 1.16; 2 Co. 4.18)
1.2   Os Céus (Is 4.5; 45.18)
1.3   O Inferno (Mt. 25.41)
1.4   O Lugar Intermediário (Ap. 6.9; Lc. 16.23)
1.5   Os Seres Angelicais (Gn. 2.1; Sl. 148.1-5)

2.      DEUS, O ESPÍRITO INCRIADO
2.1   A natureza existencial de Deus (I Tm. 1.17; Cl. 1.15; Jo. 1.18).
2.2   Deus não é espiritual nem tem um espírito; não é um ser desencarnado, nem um fantasma; ele não é um espírito ele é Espírito (Jo 4.24)
2.3   Como Espírito, Deus se apresenta ou se relaciona:
a)     Pela Criação (Rm 1.20; Sl. 19.1; Jó 12.7-10)
b)     Pelos Milagres ( Êx. 8.18,19; Lc. 11.20)
c)      Pelas Escrituras (  )
d)     Por meio de Jesus (Jo. 1.18; I Tm. 3.16)
e)      Através de uma Teofania (Gn.22.15-19; 32.24-30;Jz 13,15-22, etc)
f)       Assumindo formas humanas (antropomorfismo); atividades humanas (Sl 35.23 e sentimentos humanos “antropopatismo” (Gn. 6.7; I Sm. 15.11 etc)

3.      A CRIAÇÃO E REALIDADE DO MUNDO ESPIRITUAL
3.1   Deus criou os mundos: o material e o Espiritual (Hb. 12.3; Cl. 1.16; 2 Co. 4.18)
3.2   Os Céus (Is 4.5; 45.18)
3.3   O Inferno (Mt. 25.41)
3.4   O Lugar Intermediário (Ap. 6.9; Lc. 16.23)
3.5   Os Seres Angelicais (Gn. 2.1; Sl. 148.1-5)

4.      OS CÉUS
4.1   O Céu (Lugar invisível e espiritual) é uma realidade (Lc. 10.20; Mt. 26.29; Jo 14.1-3; 2 Co 5.1; Fp. 3.20; 1 Pe 1.4)

4.2   O Primeiro Céu (ouranos) Céu Inferior, onde voam os pássaros e se projetam as nuvens e as chuvas (Cf. Gn 2.20; 7.11; 8.2; Jz 5.4; Sl 18.11; Jr 10.13; Mt 6.26 etc.)

4.3   O Segundo Céu (mesouranos) Céu Intermediário.
a)     Onde estão planetas, cometas, meteoros, as galáxias e todo o sistema solar, - é o firmamento e/ou expansão dos céus (Gn. 1.14,15; Dt. 1.10; Mc. 13.25 etc.).
b)     Sede de Satanás e Demônios, depois da queda, chamado de lugares celestiais em Efésios 6.10.
c)      O primeiro e o segundo céu foram afetados pelo pecado e por isso serão destruídos. (2 Pe. 3.7,10-12; 2 Pe 2.10; Mt 24.35).
d)     Com a destruição dos Céus um novo céu será criado. (cp. Is 34.4 e 66.22) um céu redimido do pecado. (2 Pe 3.13; Is 65.17 ;Ap. 21.1).
e)      O Novo Céu será o espaço redimido que aguardará a Nova Jerusalém (Ap. 21.2.10; 3.12).
f)       Na eternidade, os salvos terão acesso ao Céu dos Céus, a Nova Jerusalém que estará no Novo Céu e à Nova Terra – uma nova criação numa era nova, onde habitará a justiça, a paz , a santidade e  a harmonia cósmica  por toda a eternidade.  (cf. Ef. 1.10; Cl 1.20)

4.4   O terceiro Céu (Epouranos) Céu Superior, chamado, como já mostramos, de Céu dos Céus.
a)     É a morada de Deus (Sl 11.4; Is 63.15; 66.1; Lm 3.50; Ap. 3.12 etc), onde se encontra o trono da Majestade (Hb. 8.1);
b)      É onde residem os anjos (Mc 12.25; Mt. 24.31,36);
c)      Nele está o paraíso e as almas dos salvos (2 Co 12.4; Ap.2.7; Ap. 6.9)
d)     Neste Céu está, também, a Cidade de Nova Jerusalém. Ela não é o Céu, está nos Céus. (Fp. 3.20; Ap.21.1,2, 10; 3.12)
e)       
OBS: O terceiro Céu, não será destruído, pois o pecado não maculou a sublimidade da habitação do Altíssimo, de onde se manifesta Sua glória e Sua santidade eternamente (Sl 113.4; Is 63.15).

5.      O LUGAR INTERMEDIÁRIO
5.1   O termo: Lugar Intermediário porque é o lugar onde ficam as almas desencarnadas entre e morte e a ressurreição.
5.2    O Seol/Hades antes da Ressurreição de Jesus: (Lc. 16.19-31) - três compartimentos:
a)      O Seio de Abarão
                        b) O Hades
b)      O Grande Abismo (ou poço do abismo): Lugar onde uma classe de demônios foi aprisionada (2 P2 2.4; Jd. 6; Cf. Ap. 9.1)
5.3   O Seol/Hades antes da Ressurreição de Jesus
      a)     O lugar de descanso foi transferido (Cf. Ef. 4.8; Ap. 6.9)
      b)     O lugar de tormento permanece embaixo
5.4   Ninguém tem autonomia de sair do lugar intermediário, senão pelo ato da ressurreição. (Lc. 16.23; II Sm. 12.15-23) – por decreto divino as almas desencarnadas permanecem no LI.
5.5   Fantasmas e almas penadas não existem, são manifestações demoníacas (Is 8.19; 2 Sm. 28-8-14)

6.      O INFERNO
6.1   O Inferno é um Lugar Real (Mt. 23.33
6.2   Foi Criado para o Diabo e Seus Anjos, mas por opção, muitos perdidos irão pra lá (Mt. 25.31; Sl 9.17; Ap. 21.8)
6.3   Não é o Hades, este é o Lugar Intermediário – o Inferno é o Lago de Fogo, O Abismo de Trevas Profundas (Ap. 20.14,15; 21.8; Mt. 25.30)
6.4   As primeiras pessoas a irem para o infernos são o Anticristo e o Falso Profeta (Ap. 19.20)
6.5   O Diabo e os demônios, depois do Juízo dos Anjos caídos, serão lançados no Inferno (Ap.20.10)
6.6   A Morte e o Hades, também vencidos, e lançados no Lago de Fogo (Ap.20.14)
6.7   Finalmente, após o  Juízo Final todos os ímpios irão para lá definitivamente (Ap. 20.15)

7.      OS SERES ESPIRITUAIS 
          7.1   PARTICULARIDADES
a)      Os anjos são reais, embora muitos não acreditem. (At. 23.8)
b)      A Criação dos Seres Espirituais – Anjos - (Sl. 148.1-5; Gn. 2.1).
c)      São mais elevados que os homens “são gloriosos” (Sl 8.6; Hb 2.7).
d)      Não se casam, são assexuados, logo não se reproduzem (Mt 22.30)
e)      São em quantidade de milhões (Cf. Dn. 7.10; Ap. 5.11).
f)       Não envelhecem, são imortais, não eternos (Mc. 16.5; Lc. 20.36).

          7.2   A DIVISÃO DA NATUREZA ANGELICAL 
7.2.1        Os Anjos Bons
7.2.1.1   A Categoria
·        O Anjo da presença do Senhor: (Is. 63.9; Jz.13-19)- Supõe-se que Ele é a representação do próprio Deus.
·        Arcanjo: O principal dentre eles – Miguel – (I Ts. 4.1; Jd 9)
·        Príncipes - Principados: Uma classe especial, um escalão dos Principais Anjos (Dn.12.1;Rm.8.38; . Gabriel parece ser um deles (Cf.Lc. 1.11-13,19;Dn.8.16;9.21-27)
·        Poderes e Potestades: Anjos executores de Juízos divinos com ações extraordinárias e agentes protetores ao povo de Deus (Ef. 1.21; 3.10; At. 12.23; Is. 37.36; 2 Sm.24.15-17)
·        Tronos: (Cl. 1.16) Entende-se que sejam anjos chefes das miríades,
·        Dominações ou Domínios: (Cl. 1.16) - Miríades subdivididas para as Funções a eles confiados
·        Querubins: Anjos guardiões e Proclamadores da Grandeza e da Glória de Deus (Hb. 9.5; Nm 7.89; 1Sm 4.4; 2Sm 6.2; 2Rs 19.15; Sl 80.1; 99.1; Is 37.16.; Ez. 1. 5-14; 10.1; Ap.4.5-8); Entre eles existem os querubins de alto escalão (Ap. 4.6-9)
·        Serafins: Os Anjos Ardentes (Is. 6.2) Supõe-se que sua função seja louvar e proclamar a santidade de Deus.

7.2.1.2   A Missão
a)      Equivocadas:
·        Os anjos não são independentes: (I Pe. 3.22)
·        Os anjos não abençoam ninguém “o anjo vai descer aqui pra te abençoar” (Dâmares) “os anjos vem descendo para abençoar você” (Cassiane e Jairinho)
·        Os anjos não são parceiros de Deus no culto para alegria da Igreja (Hino Anjos de Deus Elizeu Gomes/ Anjo da Vitória, Wanderley Dallas)
·        Os Anjos não são escalados pelos homens para cumprir sua missão (pregadores)
·        Não se devem adorar, acessar ou direcionar orações aos anjos (catolicismo e esoterismo) (Cl. 2.18).
·        Não existe um anjo da guarda para os homens, há anjos que protegem.
·        Não existe o anjo da vitória (trazendo bênçãos de bandeja) (Lílian Flores o Anjo da Vitória) ou anjo do renovo (Cassiane e Jairinho)
·        O crente deve sentir a presença de Deus e não de anjos (sinta ele agora/sinta ele aí)

b)      Bíblicas:
·        Proclamarem a Santidade e glória de Deus, nos Céus. (Is. 6.3; Ap. 4.8)
·        Serem mensageiros dos desígnios de Deus (Lc. 1.26-35; Dn. 8.16)
·        Servir, auxiliar e proteger o povo de Deus (Gn. 24.40; 32.1,2; 1Rs.19.5; Hb. 1.14)
·        Atuar nas questões relacionadas à salvação dos homens (At. 8.26; At. 10.1-7,11; Lc. 15.7-10).
·        Promover a Bondade, a Justiça e o Juízo de Deus na Terra. (Gn. 19.12-15; At. 1.21-23; 2 sm. 24.16)
OBS: Toda atividade que se atribui aos anjos devem ajustar-se a Palavra de Deus ( cf. Gl.1.8).
7.2.2        Os Anjos Maus (Demônios)
7.2.2.1   Particularidades
a)     São chamados Anjos Maus, aqueles que por vontade livre se rebelaram contra Deus, seguindo o Querubim Caído (2 Pe. 2.4; Jd. 6)
b)     São chamados de: espíritos imundos (Mc. 1.23); espíritos malignos/maus (At.19.19;
c)      Não há possibilidade de bondade nos demônios, todas as suas ações são essencialmente más.  (É farsa o ensino de espíritos, guias ou entidades boas  - os bons orixás -  ex. Iansã dona dos ventos e Iemanjá rainha dos mares; não há bruxas do bem ou fadas, duendes, gnomos e fantasmas da bondade). São disfarces demoníacos em nome da diversão.
d)     Eles são extremamente inteligentes e estratégicos (cf. 2 Co. 2.11; Ef. 6.10; Ap. 2.24)
e)      São poderosos, mas finitos e limitados (2 Ts. 2.9; Jó 2.7; Tg. 4.7; Jó 1.12)
f)       Creem em Deus racionalmente (Tg. 2.19)
g)     Transfiguram-se para obter melhor resultado de seus intentos (2 Co. 11.14)
h)     São organizados em hostes (tropa militar) (Ef. 6.12; Mc. 5.9) E existem castas diferenciadas (Mt.17.21)
i)       Ao contrário dos Anjos Bons eles não se materializam, mas em contrapartida se apossam de pessoas (Lc. 8.27)  e animais (Marcos 5.13)

7.2.2.2    A Categoria
a)      O Lúcifer- O ex. Querubim Ungido.
·        Sua grandeza e queda: Is. 14. 12.15; Ez. 28.13-15;
·        Seus Nomes, Títulos e Representações.
  Satanás/ Satã (Adversário; Caluniador) – Zc. 3.1;
  Diabo (Enganador e Acusador) – Ef. 4.27; Mt. 4.1; Ap.12.10
Belial (2 Co. 6.15)
 Obadon/ Apolion (Destruidor)  - Ap. 9.11
Príncipe deste Mundo (Jo. 12.31)
Príncipe das potestades do ar (Ef.2.2)
Príncipe das trevas deste século (Ef. 6.12)
Acusador de nossos irmãos (Ap. 12.10)
Deus deste século – 2 Co. 4.4
O Maligno (Ef. 6.16; I Jo. 5.19)
O Tentador (I Ts. 3.5)
Dragão/ Antiga serpente (Ap. 12.4)
Nomes Populares: Capa-Verde; Coisa Ruim; Rabo-de-Seta; Sete-Peles;Cramunhão; Capiroto; Tinhoso, capeta; Chifrudo; Pé de Bode etc.

b)      Os Principados: (Cl 2.15; Ef. 6.12) Demônios que exercem a supremacia nas hostes da maldade. O Satanismo elenca 4 príncipes , 0 3º deles  é citado na bíblia, Belzebu (o senhor das moscas) o príncipe  dos demônios (Lc. 11.15)
c)      As Potestades: (Cl. 2.15; Ef; 2.2 ; Ef. 6.12) Demônios dotados de poderes extraordinários - No candomblé são nomeados: Compare os seus nomes, suas ações com um paralelo bíblico.
      • Exu-Caveira (demônio das doenças) – exu é o orixá –  Cp. Lc. 13.11; 11.14
      • Tranca-Rua (demônio da crise financeira) -  Cp. Ml. 3.11
      • Omulu (demônios das convulsões e ataques psíquicos) – Cp. Lc. 9.42
      • Zé-Pilintra (demônio dos vícios) -
      • Exu-tiriri (demônio das doenças mentais) – cf. Mt. 17.15, 18
      • Exu 7 encruzilhadas (demônio dos acidentes) –  demônios regionais? Cp. Mc. 5,90,10
      • Pomba-gira (demônios dos pecados sexuais) – Os. 5.4;
      • Hogan /Sete Facadas) – (demônio provocador de assassinatos) – Mc. 9.22 – o Próprio Belzebu é chamado de senhor da morte e da crueldade.
      • Maria molambo (o demônio da sujeira. imundícies e da bagunça) Cf. Mc. 5.2
      • Demônios do medo (causadores de perturbações mentais, ansiedade etc) Cf. Is. 16.14,23

7.2.2.3    Relação dos demônios com idolatria antiga e atual (cf. Dt. 32.17; Sl. 106.34.39; 1 Co. 10.20,21).
a)       Fortuna e Destino (Is. 65.5) - demônio da Adivinhação (Dt. 18.11; Lv. 20.27; At. 16.16)
b)       Dagon – (deus peixe) Jz. 16.23 - Iemanjá Rainha dos mares – mãe dos orixás
c)       Adrameleque e Anameleque (2 Rs,17.31; 23.10; cf. Sl 106.37) adorado junto Moloque  - Cosme e Damião e no Candomblé, Moloque (moleque) é associado a Erê (demônio das brigas familiares e das crianças).
d)      Astarote – Jz. 2.13 (deusa da luxúria e da sedução) – Associação com as pomba-giras 
e)      adade-rimon; (Zacarias, 12,11-14) – Exu-Caveira (demônio das doenças)
f)       Santos e orixás:
·        Santo Antônio, santo casamenteiro, (catolicismo) - Exu, senhor dos caminhos (Umbanda)
·        São Jorge, santo guerreiro, (catolicismo) – Ogum, Orixá guerreiro (Umbanda)
·        São Sebastião, santo protetor dos arqueiros (catolicismo) – Oxóssi, protetor das matas (Umbanda)
·        São Lázaro, protetor dos animais (catolicismo) – Obaluaiê (Umbanda) Orixá das doenças da pele.
·        São Pedro, chaveiro do céu (catolicismo) – xangô, senhor das chuvas (Umbanda)
·        Nossa senhora aparecida (catolicismo) – Oxum, rainha dos rios (Umbanda)
·        Virgem Maria (Catolicismo), Iemanjá, orixá da harmonia familiar, a mãe dos orixás.
·        Oxalá é o pai de todos os orixás, é associado a Jesus Cristo. Por conta desta entidade a ARC de 1995 exclui esta expressão da Bíblia substituindo por um termo correlato.

NOTA: Os Demônios estão sempre a serviço de Satanás, dai a expressão “Diabo e seus anjos” (Ap. 12.7,9; Mt. 25.41)