Por:Sérgio
Geremias de Santana
1 1. O SUICÍDIO
- UM ATO DE CORAGEM OU COVARDIA?
Imagine uma pessoa num prédio de trinta andares,
e mesmo sabendo que em poucos segundos seu corpo sofrerá fraturas múltiplas e
dilacerações, num ato deliberado se jogar abaixo; imagine alguém com uma arma
na cabeça, convicta que basta um apertar no gatilho e seu cérebro
esfacelar-se-á em fração de segundos; tente conceber alguém cortando os pulsos
e morrendo aos poucos até que todo sangue tenha se esvaído das veias. Pois é,
cenas como estas se repetem 3.000 vezes a cada dia; Se você contar quarenta
segundos, uma pessoa terá feito isso em algum lugar no mundo. Deparando-nos com
esta cena sinistra, surge a pergunta – esta atitude é um ato de coragem ou será
uma atitude covarde?
O ato tirar a própria vida, em si, deixa margem
para vários questionamentos. É preciso, porém entender o que leva uma pessoa a
se matar. Se analisarmos, não se trata de uma busca por solução, mas uma fuga
de algum tipo de problema; uma pessoa com tendências suicidas quer se livrar de
alguma situação, porque se acha incapaz de enfrentá-la; não tem coragem de
suportar a rejeição, as decepções, as crises, as dívidas e aí são dominadas por
um desejo de desistência. Logo, desistir, não pode ser um ato de coragem.
A Bíblia nos ensina que devemos acreditar em Deus
independente da situação que estamos vivendo. O ideal da Palavra de Deus aponta
para superação de fracasso; O Salmista Davi no salmo 37 vv.3,4,5,7,34 revela os
imperativos para se vencer uma situação
depressiva: Confia no Senhor...; Deleita-te também no Senhor...; Entrega teu
caminhos ao Senhor...; Descansa no Senhor... e, Espera no Senhor. O salmista
mostra que quando se entrega nas mãos de Deus tudo aquilo que se constitui um
fardo para o homem, Ele oferece um escape. O problema é que os seres humanos
tentam amenizar as suas dores independente de Deus; Muitos desconhecem que dele
procede o livramento e a solução e aí sentem-se vencidos na arena da vida; não
tem coragem de encara-la com seus dilemas e desafetos.
Dalida, por exemplo, uma cantora egípcia que fez
muito sucesso na França, deixou uma nota antes de se matar que dizia:
"Desculpem-me, a vida se tornou insuportável"; nota semelhante
escreveu um músico britânico depois de perder a namorada e tomar a decisão de
se suicidar: “... eu não quero mais viver esta vida”. Ora, tais afirmações de
notas de suicídios revelam que estas pessoas eram movidas por um medo – o de
lutar pela vida encarando os seus problemas. Seria isso um ato corajoso? Não,
absolutamente, não.
Georges Perros, notável escritor francês afirmou:
“O suicídio não é querer morrer, é querer desaparecer.” Aí nos perguntamos:
desaparecer por quê? A resposta é obvia: para não ter que lidar com os
problemas; para não lutar pela solução; desaparecer, neste contexto é sinal de
desistir e desistir é sinal de covardia. Fomos projetados por Deus para
levantar a cada queda e nunca para ficar prostrado. O suicídio é um dos mais
covardes atos do ser humano, por desacreditar de si, por desacreditar da vida
e, finalmente, por desacreditar de Deus.
Sabe-se que coragem é habilidade e a audácia de
enfrentar o perigo, a dor, medo, a incerteza, confiante de que poderá superar a
qualquer dificuldade. Diz-se que até mesmo os animais irracionais, movidos por
seus instintos, percebem o perigo, mas pela necessidade de sobrevivência
enfrenta-o destemidamente. Uma pessoa que se suicida age exatamente ao
contrário, perde a perspectiva da vida e opta pela morte porque não se acha
capaz ou digna de superar a situação que a vida lhe impôs. Isso é covardia, que
se traduz pela fraqueza de ânimo, medo e timidez, diante de qualquer situação
ameaçadora. Vale salientar que por trás desta atitude tímida e covarde há a
intervenção do Diabo, cuja missão é roubar matar e destruir, contrariando o
ideal de Cristo que é trazer vida e vida abundante, conforme João 10.10.
Finalizando queremos afirmar que, matar-se não é
um procedimento corajoso. Coragem é ser firme diante de qualquer obstáculo,
sabendo que quando não pudermos vencer, basta confiar em Deus e Ele nos encaminhará
à superação. Matar-se é um ato covarde. Sim, covarde porque a pessoa movida
pelo medo de encarar os problemas desiste do mais precioso dom dado pelo
criador - a Vida.
Se você que nos escuta nesta oportunidade, tem
uma tendência suicida, renda-se a Cristo, pois ele é a essência da Vida e assim
sendo, mesmo diante de adversidades, opte por viver, pois além de uma atitude
covarde, suicidar-se se traduz um pecado gravíssimo diante do Dono da
existência humana. Amém.
2. HÁ SALVAÇÃO PARA UMA PESSOA QUE TIRA A
SUA PRÓPRIA VIDA?
Questionam-se como uma pessoa que se diz ter
Jesus na vida, possa ter um comportamento suicida, mas, infelizmente é
possível. Choca-nos a estatística de que em certo tempo, 24% de suicidas
brasileiros eram pessoas evangélicas. Independente dos motivos apresentados,
tal comportamento é muito intrigante.
Mas, digamos que a pessoa tenha tido um bom motivo para se matar, ou as
condições impostas justificaria a ação, será que há salvação para ela?
Vamos responder a esta pergunta desprovidos de
qualquer preconceito e de qualquer emoção, tendo como parâmetro a Palavra de
Deus. Teremos um princípio referencial, a saber, “a vida como dom de Deus, e que
como tal, só ele tem o direito de tirá-la”.
No decálogo, maior código de comportamento
ético-religioso do mundo antigo, Deus apresenta o princípio supracitado no
quinto mandamento, a saber: “Não
Matarás”, que se traduz por “não cometereis assassinato”. Isso deixa claro que,
teologicamente falando, qualquer agressão à vida como, homicídio, aborto,
eutanásia, guerra injusta e, inclusive, suicídio se constitui um pecado grave
contra o quinto mandamento. O Jornalista e literário crítico inglês John C.
Collins “Suicídio é a pior forma de assassinato porque ele não deixa nenhuma
oportunidade para arrependimento.”
Sabemos que a misericórdia de Deus é imensurável
e que sua graça pode alcançar o homem no pior estado de pecaminosidade, mas
como bem afirmou o jornalista, o homicídio não dá chance para o arrependimento.
Não há como buscar o perdão após a morte; morrendo o homem, seu destino é
aguardar o juízo divino (cf. Hb. 11.26)
A Bíblia fala da culpabilidade de quem peca
contra o dom da vida. O apóstolo João
disse que a vida de Deus não permanece no tal ( I Jo 3.15). No antigo
testamento matar figurava-se um pecado capital. Em Nm. 35.30 o legista de
Israel escreveu: “Todo aquele que matar
alguma pessoa, conforme depoimento de testemunhas será morto...”; e em Lv
24.17 acrescenta: “...quem matar a alguém
certamente morrerá.” Este ditame se repete em vários outros textos do Livro
Santo. E o que dizer de quem se autodestrói? Como fica a situação espiritual de quem tira a própria vida?
Infere-se do que a bíblia diz que a tal pessoa é colocada a par de igualdades
com um homicida, porque a essência do pecado é a mesma.
Apesar da firmação desta regra geral em relação
ao suicídio, é preciso algumas análises neste particular, a fim de não cairmos
em alguns extremos equivocados. Primeiro é sobre a etimologia do termo. A
palavra suicídio é a junção de duas palavras latinas, a saber, sui, que quer dizer “próprio” e caedere, que quer dizer “matar”, cuja
tradução se firma pelo “ato de matar intencionalmente a si mesmo.” Pois bem, é
preciso atentar para o termo “intencional”.
O tratamento de Deus para um criminoso
intencional e outro circunstancial era e é bem diferenciado. Por isso, a Lei
previa a construção de seis cidades de refúgio, a fim de amparar, por exemplo,
uma pessoa que matou outra sem intenção.
Neste caso, o indivíduo que, porventura, está com uma arma, e esta
dispara tirando-lhe a vida, não se pode admitir que ela cometeu um suicídio.
Fato semelhante ocorre, digamos, a uma pessoa que
está num prédio em chamas, e dominada pelo medo, num estado psicológico
alterado se joga e morre. A pessoa não teve intenção de se matar, mas pulou do
prédio e morreu. Não podemos considerar
aí um suicídio, porque o ato de se jogar não foi deliberado. A busca
desesperada pela vida levou a pessoa à morte.
Uma segunda observação se dá quanto ao
arrependimento espontâneo. Digamos que uma pessoa sob uma grande pressão acabou
tomando, intencionalmente uma substância letal, e aos poucos está morrendo...
Mas, antes da morte esta pessoa é tomada por um arrependimento sincero e pede
clemência a Deus, antes da morte. Bem, houve intenção de se matar? Sim, houve!
Mas, houve arrependimento, a tempo? Também houve! Não compete a ninguém fazer
julgamento precipitado. Porém, se alguém articula isso no seu plano suicida, o
perdão está fora de cogitação, porque a ideia de arrependimento, neste caso, é
puramente mecânica e programada.
A terceira e última observação diz respeito a uma
análise jurídica, chamada responsabilidade penal, que consiste no dever
jurídico de uma pessoa responder a uma ação delituosa. Isso parece não ter nada
a ver, mas tem um princípio a se pontuar aqui que é o da culpabilidade. Na
questão da responsabilidade penal a culpa é anulada quando o agente se
apresenta totalmente incapaz de discernir a natureza do delito praticado.
É exatamente isso que reza o Código Penal
Brasileiro, o tratar da Imputabilidade
penal, em seu Art. 26 que diz: “É isento
de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Pois bem, digamos que um crente, num estado de
anomalia ou distúrbio psíquico de qualquer que seja o grau, cometa um suicídio.
Como julgar tal atitude? Diante da lei tal procedimento é inimputável, ou seja,
a culpa é nula, por ser considerado incapaz de entender o caráter do delito.
Convergindo este pensamento para um suicida,
Como devemos julgar esta questão? Não quero incitar aos ouvintes a fazer
pré-julgamentos, mas a refletir que é um fato atípico e que será certo afirmar,
que nestes casos, Deus não julga apenas o ato isolado, mas todo o contexto,
inclusive as intenções e a capacidade racional do indivíduo.
Finalizando, afirmamos: uma pessoa que,
intencionalmente, tira sua vida, viola o quinto mandamento; peca contra o dom
da vida e neste, ponto, um crente que se mata é tão culpada quanto a que mata
outra pessoa. Com um agravante, aliás: não tem tempo de se arrepender, e, sem
arrependimento genuíno não pode haver salvação. Portanto, se o ato suicida se
ajusta naquelas três observações que apresentamos, a saber, a da fatalidade ou
morte por desespero; a do arrependimento terminal e a da inimputabilidade
se faz necessário uma análise acurada
para que não caiamos num extremo absurdo sem fundamentação bíblica e teológica.
Se você que está acompanhando esta programação
tem sido atormentado com pensamentos suicidários, busque a Deus, procure
orientação de seu pastor e/ou de um profissional competente, pois a vida nos
foi dada pra ser vivida. Amém.
3. SANSÃO COMETEU SUICÍDIO? E AÍ, ELE FOI
SALVO?
A história de Sansão é uma das mais bonitas e ao
mesmo tempo uma das mais dramáticas da Bíblia. Uma tragédia, cheia de lições
para a vida cristã em todas as épocas. No contexto do tema semanal de nossas
enquetes, a vida do nazireu de Deus traduz-se numa grande polêmica. A Primeira
gira em torno de sua morte - se consiste num ato suicida ou não. E a segunda
diz respeito a sua salvação.
Vamos analisar primeiro o suposto suicídio de
Sansão, tendo a priori a declaração: Se ele se matou, então não foi salvo.
Depois comentaremos sobre sua salvação, tendo como afirmativa: Se ele foi salvo
então não se suicidou.
Pois bem, quando lemos Juízes 16.30, percebemos
que o imperativo nas palavras de Sansão:
“Morra eu com os filisteus”, expressa que ela tinha, sim, intenção de
morrer. Neste caso, analisando superficialmente, repito, analisando
superficialmente, ele teria se suicidado. E aí sem muito esforço, concluiríamos
que ele não teria sido salvo, porque se matou deliberadamente. Porém, um estudo
mais aprofundado daria outra conclusão.
Como juiz, Sansão foi levantado para libertar os
filhos de Israel das mãos dos filisteus, isto está expresso em Jz. 13.5. Sendo
ele um tipo de Cristo. Pois bem, Sansão por vários momentos socorreu o seu povo
das mãos dos opressores, mas não conseguiu, em vida libertá-lo definitivamente.
Logo, a afirmação “Morra eu” mostra
uma ação libertadora, um sacrifício pela libertação de Israel. Assim
sendo, pode-se interpretar as palavras
de Sansão da seguinte forma: “Que eu me entregue pelo meu povo” ou “que eu consiga com a minha morte libertar o
meu povo”. Conclui-se que ele realizou com sua morte ou na morte o que não
conseguiu em sua vida. Neste caso, esse
ato não seria um suicídio, e sim, uma entrega ou um sacrifício com um objetivo
delineado. Aliás, Jesus também procedeu assim, entregou-se à morte para nos
libertar.
Podemos corroborar a ideia de alguém se
sacrificar pelo povo, com atitude da rainha Ester. Quando ela tomou
conhecimento que os judeus estavam em
perigo de morte e que só ela poderia intervir para socorrê-lo, imperou nela uma
decisão sacrificial ao afirmar: “...irei
ao rei, ainda que seja contra a lei. Se eu tiver que morrer, morrerei".
(Est. 4.16 NVI) É sensato dizer, à luz de outros argumentos que iremos postular
que foi essa a intenção de Sansão: libertar o seu povo, da única maneira
possível no contexto em que ele estava vivendo – morrer com seus adversários.
Logo, é coerente afirmar, a morte de Sansão não pode ser catalogada como um
suicídio.
Feitas estas considerações, aí vem à segunda
pergunta: Sansão foi salvo? Bem esta
pergunta é mais fácil de responder que a outra. A primeira observação é que
Sansão não cometeu suicídio, logo, isso não se traduz a um obstáculo à sua
salvação. Mas, mais uma vez vamos ser sensatos a inferência bíblica:
No capítulo onze de hebreus, o célebre capítulo
dos heróis da fé, um versículo me faz acreditar sem temer nenhum argumento, que
Sansão foi salvo. O v.32 está escrito: “Que mais direi? Não tenho tempo para falar
de Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e os profetas...” Note bem que este versículo dialoga com todo o capítulo 11 e Sansão aparece entre patriarcas, profetas
juízes e reis que tiveram suas vidas marcada pela fé; homens que, como é dito
no v. 38, o mundo não era digno deles, pelo testemunho de fé que lhes fora
credenciado.
Não sei se os queridos ouvintes ainda precisa
ouvir alguma coisa para entender que Sansão foi Salvo, eu, porém, contento-me com
o que a revelação divina nos dispõe.
É interessante analisar que os argumentos em
torno da morte e da salvação de Sansão são convergentes, um sustenta o outro:
Se Sansão foi salvo, logo ele não cometeu suicídio. É certo dizer Ele pecou,
foi responsabilizado e punido pelos seus pecados, arrependeu-se, cumpriu sua
missão de libertador, dando sua vida pelo seu povo, mesmo que não fosse assim
que Deus queria que fosse, mas morreu arrependido e descansa na eternidade com
o mérito de um herói da fé.
Esperamos ter respondido coerentemente as
questões em apreço e até a próxima enquete, se Deus nos conceder oportunidade.
Amém.
4. POR QUE AS PESSOAS CHEGAM A TIRAR SUA
PRÓPRIA VIDA?
Estudos revelam que o suicídio é a terceira causa
de morte entre os jovens, ficando atrás apenas de acidentes e de homicídios. As
pessoas com este comportamento são indivíduos de todas as classes
socioeconômicas e muitos delas, oriundas de países desenvolvidos. Olhando
superficialmente, percebe-se que muitos destes suicidas eram pessoas que tinham
tudo para serem felizes, e, aparentemente, bem sucedidas, pois a taxa mais alta
de quem se autodestrói está entre advogados, cientistas médicos e gente famosa.
E aí nós perguntamos: porque as pessoas chegam a tirar sua própria vida? Quais
as principais motivações para o número de suicídio ser cada vez mais alarmante?
Sociólogos, psicólogos, psiquiatras e outros
cientistas vêm, há muitos anos estudando o comportamento suicida, tentando
encontrar as principais causas da autodestruição. Apesar de diversas opiniões,
todos têm um ponto em comum: a tendência suicida está relacionada à percepção
de que a pessoa tem de si própria em se sentirem incapazes de administrar seus
conflitos e de encararem seus problemas, buscando na morte uma forma definitiva
de alívio. A pessoa que se mata
está tentando fugir de uma
realidade que pra ela é impossível de suportar.
Pode-se concluir, segundo os estudiosos que os
problemas mais propensos a desenvolver a consumação suicida são:
• Depressão
• Fracasso
profissional
• Problemas
financeiros
• Ambiente
familiar conturbado
• Doenças
crônicas
• Transtornos
psiquiátricos
• Dependência
química
• Sentimento
de rejeição, decepções e desilusões.
De certa forma todos estes problemas se
relacionam a um estado de profunda angustia, chamada pelos psiquiatras de
“personalidade deprimida”, capaz de
causar o desejo de desistência pela vida. Ora, Isso ocorreu até mesmo com
grandes homens de Deus, como vamos analisar no último subtema destas enquetes.
Mas
afinal, porque pessoas estão cada vez mais se matando? Os sociólogos elencam
razões sociais, como uma desilusão ou dificuldade de integração à vida em
grupo, enquanto estudiosos da mente, como Freud, asseguram que as razões do
suicídio, são os impulsos instintivos, que o mestre do inconsciente os chamou
de “instintos de morte”. Outros, ainda, acreditam que a tendência suicida é uma
predisposição herdada, ou seja, um suicida, já nasce com uma propensão à se
matar.
Bem,
apesar de abordarmos no último subtema deste estudo sobre a posição do cristão
quanto ao suicídio, analisando os casos ocorridos na bíblia, queremos abordar
neste espaço uma colocação teológica do assunto.
Não
rejeitamos a teoria da predisposição suicida, levantada pelos psiquiatras; nem
a do Instinto de Morte de Freud, e nem inda aquelas ligadas a fatores sociais.
Reconhecemos que é possível que uma pessoa se mate, por qualquer uma destas
causas ou pela junção de algumas delas. Portanto, não se pode mensurar o
suicídio apenas no âmbito psicossocial. O homem também é espírito. Existem
implicações espirituais que sinalizam com o social e com o psíquico. A Bíblia
diz que o diabo, figuradamente chamado de ladrão, não vem senão para matar, roubar
e destruir. (Jo 10.10). Ele atua na dimensão espiritual, intervindo no psíquico
e no social alterando, inclusive, as faculdades racionais, como o fez com o
endemoniado da cidade Gadara, conforme registram os Evangelhos.
Entendo que uma das razões que tem levado muitas
pessoas a se matarem é o “vazio existencial”. É a falta de Deus no controle de
suas vidas; é a busca egoísta por algo que não pode ser alcançado sem o divino.
Neste contexto satanás impera! Pois uma mente desprovida de fé e da devoção a
Deus, é um campo fértil para os agentes das trevas atuarem, fazendo com que
diante de quaisquer conflitos e obstáculos da vida a pessoa opte pela morte.
Tenho certeza, que foi o vazio existencial que levou pessoas famosas como
Alberto Santos Dumont, Marcos Antônio, Nero, Camilo Castelo Branco, Ana
Cristina César e muitos outros a tirarem suas vidas.
Supreendentemente a bíblia mostra, em Mt.17.15
que um rapaz acometido pelo demônio se atirava no fogo e na água, ignorando a
tendência da autopreservação, no que
configura uma postura autodestruidora, respaldando assim, o caráter espiritual do suicídio. Alguns comportamentos como ouvir vozes, por
exemplo, encaminhando pessoas a tirarem suas vidas, que para ciência, são traços esquizofrênicos e
psicóticos, se bem analisados por um olhar bíblico-teológico podem-se
perceber que se tratam de atividades
demoníacas, levando a efeito a missão do diabo apresentada em João 10.10.
Assim, sendo concluímos dizendo que as razões das
pessoas estarem se matando cada vez mais, além daquelas elencadas pelos
estudiosos do comportamento humano, há sem dúvida, a atuação maligna, naquelas
pessoas que, excluindo Deus de suas vidas, se permitem dominar-se pelo mal,
vindo a concluírem o intento malévolo de por fim a sua vida.
A você que nos escuta nesta oportunidade,
sugiro-lhe aceitar o ideal de Cristo que é o ideal da vida e não da morte. Ele
disse “...eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” Amém.
5. A TENDÊNCIA SUICIDA PODE SER
CONSIDERADA UMA DOENÇA?
Pesquisadores e especialistas asseguram que o
suicídio é considerado um problema de saúde pública, alegando que a tendência
suicida pode está relacionado a algum tipo de problema mental, ou a junção de
vários deles, como depressão, esquizofrenia, alcoolismo e outros. Este
pensamento é firmado no Documentário “Suicídio no Brasil” realizado pelo Grupo
de Pesquisa de Prevenção de Suicídio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em
parceria com a VideoSaúde Distribuidora.
Eu não
seria insensato em questionar aquilo que tem sido objeto de estudos e
comprovações cientificas, mas ousamos dizer que não se pode generalizar. Além
disso, é importante pontuar que o ato suicida em si, em alguns casos, não se
constitui uma doença, mas é causado por algumas perturbações. Ou seja, é a
consequência de problemas psíquicos; é o resultado de algumas doenças.
Faz-se necessário destacar neste espaço, aquilo
que os entendidos no assunto têm afirmado: o comportamento suicida abrande três
fases, a saber, 1º a conduta suicida, quando a pessoa, organiza seus
pensamentos em torno do ato de tirar a própria vida; falando em se matar,
pesquisando sobre o assunto e até planejando como fazer isso. 2º A tentativa de
suicídio, que é a intenção de morte sem sucesso, quando a pessoa tenta colocar
em prática os pensamentos suicidários organizados na fase anterior, e, 3º o
suicídio consumado, que por si só se define.
Analisando estas fases do plano suicida
conclui-se que o suicídio é um comportamento e não uma doença, muito embora,
problemas psíquicos estejam envolvidos; há, entretanto, uma ação consciente de
todo o processo, ainda que em alguns casos, as projeções conscientes negativas
são tão intensas para a autodestruição que pervertem a capacidade racional.
Dá pra pontuar no comportamento suicida, quatro
ações: 1º uma ação medíocre – achar que a vida não tem sentido; 2º uma ação
covarde – desistir da vida pra fugir de seus problemas; 3º uma ação incrédula -
não acreditar na superação e, finalmente, 4º uma ação ingrata – achar que não
vale apena viver. Em todas estas situações sobressai o comportamento consciente
e não meramente doentio. Não quero com isso negar que uma pessoa que tenha, por
exemplo, uma conduta suicida, não precise de ajuda médica ou de outro
profissional, pois algumas destas pessoas, de fato, têm problemas psíquicos,
que se não tratados podem culminar com a consumação do suicídio. Aliás, é bom
dizer que mais complicado que ter um pensamento suicida é não saber lidar com
esse tipo d pensamento.
Neste particular, considerado que o comportamento
autodestrutivo é, um assunto de saúde publica, é importante que todos estejam
atentos a quem apresenta gestos suicidas, pois pode está precisando de
tratamento seja medicamentoso ou terapêutico. Essa atitude pode salvar alguém,
pois se afirma que cerca de 20 % das pessoas que tentam suicidar- repetem a
intenção no prazo de um ano. Logo, é fundamental as campanhas e trabalhos de
conscientização do profissional de saúde e da sociedade em geral,
principalmente onde há indicadores de riscos, pois em alguns países tais
posturas têm diminuído o quociente do suicídio.
Mesmo tratando da questão do suicídio vinculado a
doença, é bom dizer que para nós cristãos, existem implicações pessoais e
espirituais a se considerarem. Estou me referindo à responsabilidade humana
e as influências malignas, as quais são anuladas para quem admite que as tendências suicidas
sejam doenças.
No site da
Sociedade Portuguesa de Suicidologia está dito: "Pensamentos e atos
suicidas podem ser o resultado de tensões e perdas com as quais não se consegue
lidar.” Reiteramos que o vazio de Deus, abre caminhos pra todas as sortes de
mazelas. Perdas sucessivas, instalação
de crises, acontecimentos traumáticos e frustrantes, são algumas situações que
aquele que não deposita sua confiança em Deus, pode enveredar para a auto-aniquilação.
O ator inglês George Sanders, a exemplo disso, deixou uma nota antes de se
matar que dizia: “Querido mundo, deixo-te por estar aborrecido. Sinto que já
vivi o suficiente. Deixo-te com as tuas preocupações idiotas. Boa sorte!”
Vejamos que as palavras de Sanders representam o caráter consciente do suicídio
cometido por tanta gente.
Findamos dizendo que concordamos sim, que em
certos casos, as tendências suicidas estão relacionadas a algum tipo de
perturbação psicológica, mas, admitimos a consciência da autodestruição que
responsabiliza a pessoa pelo seu ato macabro, o de vulgarizar o dom divino,
aderindo a ideia satânica de que é preferível morrer a ter que enfrentar a vida
com os seus problemas. Isso não é doença é comportamento corrompido pelo mal.
Que Deus abençoe a cada um de nossos
radiouvintes. Eu desafio a você levar uma mensagem de vida, a uma possível
pessoa que você conhece que tem uma conduta suicida. Apresente a Vida onde se
prolifera a sombra da morte e poderás assim, salvar alguém. Amém.
6. QUAL A POSIÇÃO DO CRISTÃO DIANTE DO
SUICÍDIO?
Para esta pergunta vamos nos desprover de
quaisquer argumentações científicas e midiáticas, tendo como embasamento a
Bíblia Sagrada, pois a posição do Cristão deve ter nela, suas raízes.
Primeiro vamos elencar os casos de pessoas que,
perdendo o encanto pela vida, pediram a morte, e como Deus encarou este
posicionamento. Pelo menos três homens de Deus, isso mesmo – homens de Deus –
tiveram sentimentos iguais a qualquer pessoa, que desenvolve pensamentos
suicidiários. São eles:
• Moisés: “Se assim me tratas, mata-me de uma vez, eu
te peço, se tenho achado favor aos teus olhos; e não me deixes ver a minha
miséria” (Nm. 11.15)
• Elias: “Ele, porém, foi ao deserto, caminho de um
dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte, e disse: Já
basta, ó SENHOR; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus
pais.” (1 Reis 19:4)
• Jonas: “Peço-te, pois, ó SENHOR, tira-me a vida,
porque melhor me é morrer do que viver.” (Jn 4.3)
Certo é que mesmo que eles tenham demonstrado que
haviam desistido de viver, Deus não atendeu seus pedidos, antes lhes mostrou o
caminho da superação. Mesmo acometido pelo que os entendidos chamam de
“personalidade deprimida”, eles teriam a reprovação divina, caso tentassem
tirar suas vidas. Aqui já temos a primeira posição cristã, em face da temática
desta semana: Não devemos desistir da vida e buscar alívio na façanha da morte
intencional. Deus tem os meios para que possamos superar os nossos desafetos.
Outro fato interessante, que a bíblia trata,
dentro desta temática é a questão do suicídio por causa de uma doença crônica.
Quando Jó foi acometido por uma enfermidade maligna, sua esposa entendeu que a
morte deliberada, naquela situação, seria justificável. Ela o aconselhou
dizendo: “Amaldiçoa a Deus, e morre.” (Jó 2.9). Estas palavras sugere um
suicídio, que foi refutado pelo patriarca, ao afirmar: “Como fala qualquer
doida, falas tu” (v.10). Jó clarifica a convicção que se suicidar pra se livrar
de um problema aparentemente insolúvel é um ato insensato. Os insensatos se
revoltam contra Deus, culpando-o pelos infortúnios da vida e buscam a morte;
Nós, porém, vemos as coisas pela ótica de Jó não aderimos à conduta suicida,
antes, enxergamos a soberania de Deus, mesmo quando o mal bate à nossa porta.
(v.10).
Agora vamos analisar os casos de suicídios na
bíblia. As Escrituras canônicas têm cinco exemplos de pessoas que se suicidaram
e outros dois casos estão relatados nos livros apócrifos em nenhum destes
casos, se percebe Deus aprovando o suicídio.
Temos o caso de Abimeleque, que pediu pra ser morto,
pra não ter a desonra de ter seus dias findos por uma mulher (Jz.9.54); Saul,
que pediu para que o escudeiro o matasse, e depois ele mesmo, tirou-lhe a vida
( ); Aitofel, que se matou depois de
ter seu conselho desprezado (II Sm. 17.23);
Zinri, que ateou fogo numa casa e morreu queimado como consequências de
seus pecados (I Rs 16. 17,18); e Judas, o traidor, que fechou o rol daqueles
que tiraram suas vidas, segundo a narrativa bíblica canônica.
Analisando os casos de Abimelque e Saul, vemos
dois homens à beira da morte, que na tentativa de aliviar sofrimento, tanto
físico como moral apelaram para morte. Aprendemos com estes casos que tanto o
suicídio como eutanásia não são justificáveis, sob pretexto de se minimizar a
dor.
Aitorfel é o exemplo do suicida desiludido. Uma
pessoa que marcada pela vergonha e decepção, por ter seu conceito ferido, acha
que a vida não tem mais sentido, e resolve interrompê-la intencionalmente.
Equívoco, pois recebemos a capacidade divina de preservar nossa vida pois somos mordomos e não proprietários dela.
Zinri reflete o caráter de uma pessoa que tenta
viver sua vida egoisticamente e como os seus pecados não garantiram sucesso,
antes o levam ao vazio existencial, só encontra um meio para tentar aliviar a
sua carga, suicidar.
E, finalmente Judas. O abandono da fé, o remorso que corroía a
consciência por ser instrumento do diabo; a certeza do vazio de Deus e as
crises que se instalaram por trair o seu Senhor o empurraram com ímpeto, para a
autodestruição. Estas são as observações que elencamos dos suicidas bíblicos.
Bem, com tudo que temos visto, deste o primeiro
tema, afirmamos que para o cristão o suicídio é um pecado e que nada justifica
tirar a própria vida.
Entendemos, também, que há influência diabólica
neste comportamento. Que mesmo que um pensamento suicida se desenvolva numa
mente fragilizada e psicótica há sim, um ataque de seres espirituais na conduta
humana, e que, a pessoa pode, sim, relutar
a tal ataque. a culpabilidade humana não pode ser negada.
Finalmente, afirmamos que, em regra geral, um
suicida é um assassino, passivo a punição divina e ao castigo eterno, aliás, o
Mestre afirmou: "...qualquer que
matar será réu de juízo". (Mt. 5.22) Seja humano ou divino este
julgamento, a expressão da culpa é explicitamente confirmada neste texto.
Que o Deus de Paz, o Senhor da Vida venha
iluminar a todos os nossos leitores a buscarem o conhecimento das Escrituras.
Pois, independente do que dizem os pesquisadores e cientistas, para o Cristão a
Bíblia tem a Palavra final. Amém.
_______________________________________________
*Sérgio Geremias de
Santana, Presbítero da IEAD-PE.
Psicopedagogo
Clínico-Institucional
Se uma pessoa cristã membro da igreja, pensar em tirar sua própria vida ela tem q entregar seu cartão de membro???
ResponderExcluirEsta pessoa precisa , buscar ajuda de uma pessoa séria e capacitada, sobretudo temente a Deus; Deve orar pra Deus banir estes pensamentos, e se conseguir vencer este mal pensamento, com certeza terá o perdão divino.
ResponderExcluirMuito boa explicação. Ficou claro o que diz as escrituras sobre esse ato horrendo.
ResponderExcluirEstava olhando um vídeo antigo quando o prédio incendiado em 1974 ,conhecido como Joelma, deixou várias pessoas mortas , no vídeo várias pessoas se jogavam, muito triste mesmo, com isso me veio a dúvida, sobre quem se joga no ato de desespero é um suicídio, sempre tive essa dúvida, e queria saber realmente a resposta de um homem de Deus, muito bom o texto, Deus continue te concedendo entendimento, e que o Senhor nos livre desses maus momentos, fica na paz do Senhor.
ResponderExcluiramém. Deus te abençoe.
Excluir